Pedro Revoltoso, o cidadão de Cajazeiras

Doutor – era assim que Pedro Revoltoso me chamava, mas, quando me aproximei dele, entendi que o “doutor” a que ele se referia a nós, cabia muito mais ao cidadão Pedro Revoltoso que a este seu amigo. Na verdade, ele foi em vida, um verdadeiro “doutor” desta, pelo seu jeito de ser, de tratar a esposa, os seus filhos e aqueles a quem teve o imenso privilégio de gozar da sua amizade.

Mas, quero falar em dois tempos do Pedro Revoltoso que assim o conheci e a quem tive o privilégio de se colocar como um dos seus bons e grande amigo. No primeiro tempo, ainda garoto e levado pelo meu pai ao Estádio Higino Pires Ferreira para assistir aos grandes jogos dos anos 60 e uns poucos dos anos 70 via este cidadão com a sua imensa energia e força dirigir no apito os grandes duelos do futebol cajazeirense e aquelas partidas que tradicionalmente as chamamos de amistosos ou intermunicipais e ou interestaduais.

Ali se configurava o verdadeiro Pedro Revoltoso, enérgico, durão, disciplinador e que cumpria rigorosamente as leis do futebol. Depois, já na fase da adolescência, vi e acompanhei Pedro Revoltoso como um sério trabalhador nas portarias dos clubes sociais, mais notadamente no Cajazeiras Tênis Clube.

O tempo passou, fui para a capital para concluir os estudos do segundo grau e buscar uma graduação via vestibular, terminei esta fase e voltei para Cajazeiras e reencontro Pedro Revoltoso cada vez mais ativo e altivo e, foram as suas “rifas” que nos aproximou, logo pensei, vou ajudá-lo e, assim me tornei um “freguês” e aqui acolá lá chegava Pedro Revoltoso na minha residência trazendo a minha sorte, aliás, foram muitas às vezes.

No segundo tempo, que veio com o meu trabalho nas pesquisas sobre o futebol cajazeirense, vi e ouvi muitas histórias e estórias sobre Pedro Revoltoso, e neste caso me reporto ao saudoso Aranha que sempre enaltecia o futebol jogado pelo companheiro no Atlético dos anos 50, depois, o mesmo me falou Tantino Cartaxo e Diá.

Chegou a vez de falar com ele sobre o Atlético Cajazeirense de Desportos e a sua participação no futebol local, não resta a menor dúvida que foi um jogador de um potencial a se considerar, jogou no Vasco de Edson Feitosa e no Atlético, nesta fala comentou com imensa alegria o seu forte laço de amizade com o empresário João Claudino a quem tratava como um pai, um irmão.

Pedro Revoltoso se foi é verdade, mas, deixa-nos um legado de amor à família, aos amigos e a Cajazeiras. Cabe-nos reverenciar este homem que de fato foi um verdadeiro cidadão de Cajazeiras.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Publicações relacionadas
Total
0
Share