O Brasil precisa de paz

Qualquer pessoa, minimamente sensata, sabe que o ambiente de permanente conflito que vem sendo provocado em nosso país, estimulando a radicalização política e os ataques às instituições democráticas, atenta contra princípios básicos civilizatórios. Esse acirramento de ânimos que estamos assistindo, em nada contribui para que voltemos a alcançar um estágio de desenvolvimento e de prosperidade, impedindo que todos se irmanem num só propósito.

Divergências políticas e ideológicas sempre existiram e são necessárias para o bom exercício da democracia. Entretanto, temos visto que não se consegue estabelecer um antagonismo cordial em debates que envolvam temas políticos. É importante cultivar convivências baseadas na empatia e no respeito à diversidade de experiências e de modos de pensar. O movimento pela paz deve ser de natureza coletiva, desenvolvendo relacionamentos saudáveis, na compreensão de que nossas ações afetam o outro, tanto positiva, como negativamente

O discurso que produz a violência e o medo, resulta na sensação de desesperança no seio do povo. Mas talvez seja essa uma estratégia política. A adoção de uma cruzada retórica que encoraja as manifestações extremadas contra as instituições democráticas, tentando passar a impressão de poder de mando. A verbalização de mensagens com características do autoritarismo, induzindo fanáticos seguidores à ilusão de que esse seja o caminho ideal para o momento.

A tática do confronto como instrumento de mobilização popular, mesmo que ao custo da ocorrência de uma convulsão social. O caos instaurado para justificar medidas de força. Os tiranos procuram evitar que os diferentes se entendam, apostando na divisão, para que a oposição não se fortaleça. “Dividir para governar” é uma recomendação maquiavélica contida no livro “O Príncipe”.

O imperador romano Júlio Cesar usou dessa estratégia para subjugar os gauleses. No seu livro “De Bello Galico”, escreveu “divide et impera”. Um povo dividido fica mais fácil de ser explorado por suas fragilidades, fazendo valer a “síndrome da superioridade ilusória”, quando a ignorância se disfarça de conhecimento.

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