IFs 2.0 – A criação de novas reitorias dos Institutos Federais é questão de sobrevivência destas autarquias

DALADIER MARQUES JÚNIOR

Criar IFs foi uma atitude louvável do segundo mandato de Lula, projeto do Ministro da Educação Haddad, através da lei 11.892/2008. Os IFs substituíram os CEFETs e incorporaram as Escolas Agrotécnicas Federais em autarquias geralmente estaduais. Em 2008, na criação dos IFs, estados como Pernambuco (estado do Presidente) ficou com dois IFs, Bahia também com dois IFs, Rio de Janeiro com dois IFs e um CEFET/RJ (não aderiu à IFetização), Rio Grande do Sul com quatro IFs e Minas Gerais com cinco IFs e um CEFET/MG (que não aderiu a IFEtização). Os demais estados ficaram com apenas um IF, tal como a Paraíba que foi contemplado com o IFPB.

Ao longo da história estas instituições foram fomentando o desenvolvimento nacional e regional, inclusive com forte presença no interior do país, transformando vidas pelo ensino & pesquisa & extensão & inovação, atuando nas esferas do ensino básico, técnico, tecnológico & todos os níveis de pós. Contudo, nos últimos anos estas instituições vêm sofrendo com arrochos orçamentários, mesmo com a crescente em número de unidades, fazendo com que não só a distância física, mas institucional prejudique a otimização da prestação de serviços e por conseguinte a assistência pontual aos cidadãos assistidos.

É necessário implementar o projeto do reordenamento, o qual o IF do Sertão da Paraíba foi a primeira tentativa de se criar um novo IF após 2008 via PL 4389/2016, de autoria do então Deputado Federal Wilson Filho e pelo PL 3057/2019, de autoria do Deputado Federal Wilson Santiago. Em 2017, a SETEC do MEC iniciou um estudo instado pelo reitor do IFSP para criar naquele estado mais um IF, pois o IFSP já estava com uma quantidade de campus superior a 30 em um estado grande e era humanamente impossível para o reitor visitar cada campus em um mês, ou seja, o reitor reconheceu que um IF tão grande era impraticável de se gerir de maneira eficaz. Tal estudo na SETEC quase culminou a criação de novos IFs, ainda no governo Temer, bem como no governo Bolsonaro.

Nestas duas tentativas de reordenamento o IFSPB já estava inserido, porque o IFPB já possui 21 campi e vai receber mais três (Queimadas, Mamanguape e Sapé) – nenhum no Sertão nesta nova expansão (sic) – aumentando mais a instituição e a distância institucional. Para se ter uma ideia desde o primeiro semestre do ano passado a atual reitora do IFPB não se reúne com a comunidade acadêmica do IFPB/Campus Cajazeiras. Com a esperança da criação de 1000 unidades dos IFs pelo Governo Lula e Camilo Santana como Ministro da Educação esperamos oxalá que o IFSPB finalmente seja criado.

Cabe salientar que o líder do governo na Câmara, Deputado José Guimarães, o que mais lutou pela criação da Universidade Federal do Cariri, já emplacou três novos campi para o Cariri (Campos Sales, Lavras da Mangabeira e Mauriti), além de ter recebido documento dos diretores dos campi do Cariri do IFCE solicitando a criação do IFCARIRI em março de 2024. Vale salientar que José Guimarães tem grande influência no MEC e está atuando na linha de frente da campanha para prefeito de Juazeiro do Norte do irmão de Camilo Santana.

Enfim, os Deputados Federais e políticos cearenses visitam suas bases e instituições federais, para destinarem recursos, a fim de que estas importantes peças de geração de emprego e renda, possam ampliar as oportunidades, pelo viés de uma educação tecnológica inclusiva e emancipadora.

A pergunta é a Paraíba vai perder esta oportunidade? E os diretores dos campi do Sertão não poderiam fazer um documento similar a ser entregue à bancada paraibana no Congresso ou estão satisfeitos com os orçamentos atuais? Que venha o IFSPB aonde que seja a reitoria, o que importa é a emancipação do Sertão, para potencializar nossas vocações e despertar outras, nos tornando mais competitivos frente a indústria 5.0. Avante na luta!

1 comentário
  1. Vale destacar que os institutos federais de São Paulo estão parados há mais de um mês por causa de uma greve. Não adianta abrir Instituto Federal se não tiver como mantê-los. Importante rever o projeto e tentar resolver a greve para que os alunos tenham direito ao estudo conforme determina a legislação.

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