José Pereira Rolim, o Zezinho Cajazeiras

Letrado ou iletrado, culto ou inculto, o rádio sempre foi, é e será objeto de desejo e de audição dos cajazeirenses. Nossa cidade tem exportado profissionais ligados à comunicação, chegando a fazer escola em outras paragens.

O Perfil de hoje fala de um personagem que espalhou os seus conhecimentos radiofônicos por outras plagas. Não, propriamente, como um comunicador, mas como o homem que ficava por trás das transmissões, na parte operacional tão importante quanto…

Ficou conhecido, no início por Zezinho da Luz, quando, ainda em Cajazeiras, as mocinhas casamenteiras comentavam que quem com ele se casasse estaria livre da experiência matrimonial de “dar à luz”, porque ele mesmo o faria. Certamente, achavam que o seu nome afirmava: Zezinho dá à luz.

Mas, explica-se, vindo do sítio Timbaúba, atual Lagoa do Arroz, onde nasceu em 1933, ele passou antes por Triunfo, aos sete/oito anos, de  onde rumou com os pais – Antônio Pereira Filho e Maria dos Anjos Rolim – para a cidade de São José de Piranhas, tendo desempenhado, até ali, a atividade de cuidador do gado da família, uma espécie de vaqueiro na propriedade dos pais.

Já aos quatorze/quinze anos, em 1948, veio para Cajazeiras, trazido pelo irmão Zuca Pereira Rolim, então Operador de Máquinas e Gerente da Empresa de Luz. Tornou-se, então, “auxiliar” do irmão que, funcionário da Prefeitura, conseguiu que o Prefeito da época, Arsênio Rolim Araruna, lhe “assinasse a Carteira”, passando então a ser conhecido pela alcunha suprarreferida.

Vencendo etapas, foi se tornando um eletricista de mão-cheia. Florescia na cidade o despertar da chamada “era radiofônica”: serviços de alto-falantes – Voz do Sertão, Difusora Rádio Cajazeiras, Rádio Alto Piranhas. É quando o Mons. Vicente, que tinha informações do seu trabalho e competência no assunto, chama-o para, em 1965, acompanhar, com o engenheiro eletrônico, o Dr. Saboya, pernambucano de Olinda-PE, os trabalhos de instalação de antena e transmissores da RAP.  Foi Mons. Vicente que o “batizou” de Zezinho Cajazeiras, que passou a ser o seu “nome artístico”, fazendo-o acumular atividade na emissora com os serviços na edilidade, além de tornar-se operador cinematográfico no Cine Pax, já instalado no antigo prédio São Vicente.

Requisitado por Mozart, integrou a sua equipe junto a DRC. Daí pra frente, foi um pulo… Este o encaminhou a São Paulo, para aperfeiçoar-se ainda mais junto ao Dr. Shermann, engenheiro eletrônico. Ali aprendeu quase tudo em radiofonia.

Afastou-se, com licença sem vencimentos, dos trabalhos da Prefeitura Municipal de Cajazeiras, em 1976, durante o governo do prefeito Antônio Quirino, e rumou para a Capital paraibana, com o propósito de educar os filhos –, pois já se havia casado com Diva Vieira Rolim  e –  é claro! – contrariando a antiga alcunha, foi ela quem deu à luz os dois filhos – Gilson, hoje psicólogo do Hospital Laureano e Gilvan, técnico da EMPASA.

Com os conhecimentos radiofônicos, anteriormente adquiridos, foi-lhe fácil se enturmar na área, em João Pessoa, sendo requisitado pelo Grupo Correio da Paraíba e, posteriormente, pela Rádio Tabajara. Voltou a manter contatos técnicos com o Dr. Shermann, agora no Recife, onde este abrira uma filial técnica.

No retorno a Paraíba, inicia-se o seu percurso de instalador/montador de várias estações transmissoras – chamadas de rádios – o que, em sua conta, totaliza cerca de quatorze estações emissoras, dentre as quais vale ressaltar: Várzea Alegre-CE (associação entre Raimundo Ferreira e José Adegildes); Bom Sucesso, em Pombal, do grupo Carneiro Arnaud; Integração do Brejo, em Bananeiras, grupo Afrânio Bezerra; Sertânia, Araruna, grupo Zé Maranhão; Cidade FM, Piancó, grupo Wilson Braga e Antônio (Teotônio) Neto; Itatiunga – AM/FM, Patos, grupo Francisca Mota; Educadora, Conceição, grupo Wilson Braga (assistência técnica);  Constelação, Guarabira; Cultura (assistência técnica); Patamuté, Cajazeiras (instalação de antenas) entre outras.

Tendo atuado, na Capital, nas emissoras Rádio Correio da Paraíba e Rádio Tabajara – anos 1976 a 1977 – aqui desfrutou da convivência com os grandes mestres da eletrônica Newton Monteiro e Enedino Correia do Nascimento. Permaneceu na Rádio Tabajara até o ano de 1993, quando se aposentou, mas continuou como freelancer<, prestando assistência a outras emissoras, com vínculo, sobretudo, coma Rádio Sanhauá.

Parou de vez em 2010 e hoje desfruta de merecido descanso junto aos familiares, no aprazível bairro de Jaguaribe, onde o reencontramos, firme e forte, apenas com alguns lapsos de memória, que ninguém é de ferro…

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