Kafka entre nós II: Cajazeiras

Depois da vergonha do futebol, quase me esqueço do texto anterior, que comparava o Brasil a um romance de Franz Kafka, em que os valores ficavam invertidos, e o cidadão comum se via em situações irracionais.

O problema é que esta irracionalidade que começa no Planalto Central, veio se enraizando até chegar aos mais distantes rincões de nossa terra, mais precisamente até nossa cidade de Cajazeiras.

Sempre segui a orientação de Carlos Antônio, e atualmente de Denise. Não que os ache perfeitos, nem poderia ser diferente, nossa cidade, em comparação com as outras é pequena e longe, no mais lado distante e desprezado de nosso estado, que por sua vez já é desprezado pela administração Federal. Uma obra em Cajazeiras, dificilmente um pessoense a vê, o contingenciamento de gastos primeiro vem para as pequenas prefeituras como a nossa, e as obras federais vão para locais mais visíveis, ninguém de lá quer saber se a gente tem sede, somos o restolho da nação, assim, a Administração Municipal tem que se virar com as sobras, que lhe cabem. E tem que se adequar a estes orçamentos contingenciados, ou seja: Mal dá para pagar os compromissos do dia, e ainda ter de arcar com os que se teve de assumir, nunca sobra muito; se sobrar…

Um pouco antes, durante o mês de junho (aquele em que a seleção perdeu de sete…), haviam algumas pessoas criticando a atual prefeita por não ter contratado bandas de peso para fazer o famigerado Xamegão, e se citava de contraponto a atuação de Andrezão, de Sousa, que na minha opinião e pelo que parece, governa nossa cidade irmã internado em algum CAPS, e não era a crítica construtiva, era a de desprezo, a debochada, justamente no que ainda em minha opinião foi uma coisa acertada que a prefeita fez, na minha opinião, e quando Vituriano estava para fazer o primeiro Xamegão, disse a ele que deveria ser num lugar que se pudesse fechar para se promover shows pagos, pois ali teria de ser tudo pago pelo governo. Naturalmente nem fui levado em consideração, pois foi construído, e nunca soube de algum show que tenha sido bancado por ingressos, fazendo um paralelo, tanto na Festa de Santo Antônio de Barbalha, quanto na Expocrato, os shows se apresentam num lugar apropriado, e se contratam grandes bandas, pois tem o auxílio dos pagantes, para ver shows de peso, tem que se pagar, a não ser que se assumam parcerias que contribuam, mas essas tem que haver organização. Se fosse essa a crítica, tudo bem, mas parar obras e atrasar funcionários para promover festa, me parece mais uma irresponsabilidade. Se fosse dinheiro que ficasse aqui, poderia ser plausível, mas pegar uma grana, pois o São João é onde as bandas tiram a diferença para a baixa temporada, e cobram bastante por isso.

Outra crítica é a falta de carisma de nossa Prefeita, também muito questionável. O líder mais carismático depois de Jesus Cristo, muitos acham que foi Adolf Hitler (oh!! Alemanha de novo…) e todo mundo sabe o as conseqüências de terem seguido este carismático líder.

Existem limitações e erros na atual administração, tem buracos nas ruas, estradas por consertar, carência de obras, mas tem um cronograma, aos poucos se faz, muito vai ficar para fazer, mas por pior que seja, nada parecido com a quadrilha que assumiu a prefeitura antes. O problema, é que muitas pessoas, mais do que imaginava, a oposição hidrófoba, e se pedindo exatamente que sejam cometidos os erros do passado. Pode ser que o presente projeto não seja o desejável, mas voltar ao anterior, me parece irracional.

Vamos apresentar o exemplo, não de Kafka, mas de La Fointaine: Os sapos pediram a Deus um rei, e ele mandou um tronco, ai eles reclamavam do tronco pois ele não tinha ação, e pediram outro, então Deus mandou uma ave pernalta que passava o dia devorando sapos, e eles reclamaram de novo e deus respondeu: “mas vocês não queriam dinamismo, pois vocês agora tem”. Faz, um milhão de anos que eu li esse conto, mas o espírito é o mesmo.

Se não estão satisfeitos com o atual projeto de governo, tem que se precaver para se apresentar um melhor, e não para tentar voltar ao passado que não deu certo…

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