Um construtor de pontes

Lula sempre se mostrou ser um competente construtor de pontes. Agora, mais do que nunca, precisamos de sua habilidade nessa forma de agir politicamente. Estamos diante da necessidade histórica de reconstruir o Estado Democrático de Direito em nosso país. É um desafio que ele deverá enfrentar, porque recebeu da maioria dos eleitores brasileiros, o voto de confiança e esperança de que iniciaremos um novo tempo. Não será uma empreitada fácil. A extrema direita já tem demonstrado que não aceita o lenço branco da paz estendida. Faz parte do comportamento deles a incitação à violência e o desrespeito aos fundamentos democráticos que nossa Constituição garante.

O golpismo continua se manifestando escancaradamente nas ruas. O fundamentalismo religioso se mantém a serviço daqueles que se julgam “salvadores da pátria”. Permanecem ameaçando a governabilidade do presidente eleito. A sanha privatista não arrefeceu. Porém, não podemos confundir a conciliação colocada como “palavra de ordem”, com a impunidade dos que insistem em usurpar a ordem democrática. As mãos dadas deverão ser dos que estão engajados na luta contra os extremistas que pregam, a todo instante, a morte da democracia. Que os erros de 1979 não sejam repetidos. As leis existem para serem obedecidas rigorosamente.

A consolidação da frente pluripartidária democrática, sob a liderança e comando do futuro presidente, tem que se mostrar eficiente para impedir o avanço do fascismo. O campo progressista tem que atuar de forma coesa, na concretização de um projeto político comprometido com a justiça social, resgatando uma relação harmoniosa entre os poderes e os entes federados.

Já foram derrotados nas urnas. O objetivo golpista foi rechaçado pela maioria dos que votaram na eleição do dia trinta de outubro. O pleito eleitoral deste ano pode ser considerado um divisor de águas. A opção majoritária foi feita pela civilidade, pela verdade, pela ciência, pela institucionalidade, pela inclusão social, pela democracia. A agenda do ódio sofreu um duro revés. Mas a luta continua. A esperança venceu o medo.

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