Grupo Escolar Monsenhor Milanez

Nos idos de 1930, o amado e bem lembrado Grupo Escolar Monsenhor Milanez era apenas uma escola primária. Com as reformas, realizadas de 1931 a 1933, sob a supervisão do então executivo do DVOP – Diretoria de Viação e Obras Públicas do Estado da Paraíba – (de 1931 a 1940), engenheiro Dr. Ítalo Pereira da Costa, passou a receber o pomposo nome como hoje o conhecemos, embora, oficialmente, tenhamos a burocrática denominação de E.E.E.F. Monsenhor Milanez.

Mas, afinal, quem foi esse Monsenhor que deu o nome ao nosso tradicional Grupo Escolar, que nos serviu de guia nos primeiros passos de nossa alfabetização?

Naqueles saudosos anos 40/50, poucas crianças não frequentaram aquele ambiente escolar. Somente os mais abastados é que colocavam a sua prole em mãos de professores das chamadas “escolas particulares” que foram, posteriormente, substituídas pelos tais “cursinhos”, que proliferaram pelos quadrantes urbanos.

A criação do nosso Grupo Escolar, como sempre o chamarei, deveu-se a uma sugestão do Monsenhor João Batista Milanez, nascido em Guarabira – PB, e que, na década de 20, foi o Diretor da Escola Normal e figura bastante conhecida e culta do clero paraibano. Dotado de influência e competência administrativa e política chegou a exercer o cargo de Diretor da Instrução Pública, cargo correspondente ao atual Secretário de Educação.

A inauguração oficial do grupo ocorreu em 19 de novembro de 1932, embora a sua reforma somente fosse concluída no início do ano de 1933, tendo sido o nome do Monsenhor sugerido como patrono, numa homenagem póstuma ao grande educador, que havia falecido em 13 de janeiro de 1930, portanto apenas seis meses antes do falecimento do Presidente João Pessoa.

Merece o patrono dessa escola as homenagens de quantos, como este cronista, passaram pelos seus bancos escolares. Foi ali que começamos a nos socializar e a alimentar amizades que se perpetuaram em nossas lembranças.

Hoje, além da memória do Monsenhor Milanez, reverenciamos as lembranças das professoras que deram sequência ao trabalho educativo e escolar embrionados no nosso Grupo Escolar Mons. Milanez, o que fazemos no intuito de que elas jamais sejam esquecidas: Francisquinha Cézar, Socorro David, Noêmia Timóteo (depois Holanda), Nicinha Holanda, Nazinha Travassos, Fazinha Guimarães, Doninha, Celsa Assis, Acácia Assis (dona Acácia), Valmira Meireles, Iracema Andrade, Dadinha Dantas, Erenice Ferreira, além das decantadas Angelina Tavares, Zefinha Ricarte, Carmelita Gonçalves e muitas outras mais…

(Ao final desta Coluna, vem-me à memória uma história conhecida como Promessa de Amor além-túmulo, ocorrida na gestão do Monsenhor Milanez, como Diretor da Escola Normal, na Capital do Estado. Não me furtarei a matar a curiosidade dos meus leitores, contando-lhes, na próxima semana, essa história que, embora não ocorrida em Cajazeiras, certamente servirá de pano de fundo para uma emocionante história de amor).

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