Da religiosidade cajazeirense (I)

Já lhes falei, aqui mesmo, neste espaço, que Cajazeiras é, e sempre foi, uma cidade vocacionada à religiosidade, mesmo que direcionada esta a várias crenças: católica, evangélica, espírita, afro e, por que não dizer, maçônica, embora esta última esteja mais relacionada, segundo dizem, a uma atividade sociofilosófica. (Há até quem diga que o Oriente, cognome do nosso antigo e majestoso hotel, venha de denominação de natureza maçônica).

Assim é que, a começar pelos nomes das artérias, temos as ruas Padre Rolim, Padre José Tomaz, Padre Manoel Mariano, Padre Ibiapina, Santo Antônio, São Pedro, São Sebastião, São Francisco, Santo Elias, Santa Terezinha, Bom Jesus (no bairro dos Municípios), Profeta João Alves; as praças Cardeal Arcoverde, Dom Moisés Coelho, Dom João da Mata, Padre Cícero, N.S. de Fátima, Coração de Jesus; os bairros (e/ou conjuntos) Santa Cecília (hoje, Oásis), Cristo Rei, Pio X, Dom Mousinho; os supermercados (e similares) Santa Bárbara, São Francisco; estabelecimentos de ensino: colégios Padre Rolim, N.S. de Lourdes, N.S. do Carmo, Grupo Escolar Dom Moisés Coelho, Grupo Escolar Monsenhor Milanês, Escola Comercial Monsenhor Constantino Vieira, Faculdade Santa Maria  e, certamente, muitos outros cujos nomes, quem reside hoje na nossa cidade, os conhece bem e melhor do que este cronista.

Daí, advieram os templos, as igrejas (Catedral, Matriz, Paróquias e Capelas), casas ecumênicas, casas de apoio, centros espíritas e terreiros, numa simbiose de crenças e práticas que, certamente, servem para traçar caminhos que vão conduzindo devotos e crentes pelos caminhos corretos da cidadania e de suas necessidades religiosas.

Essas são razões por que, vez por outra, estou a retomar o tema da religiosidade. Mas, tudo isso vem a propósito das vocações sacerdotais surgidas em nosso torrão natal. É patente e notório o quanto de filhos da cidade, nascidos, oriundos ou adotados, fizeram-se, por exemplo, sacerdotes.

Senão vejamos: Dom Moisés Coelho, Dom Zacarias Rolim de Moura, padres Gervásio e Sabino Coelho, Barbosa (irmão de Emídio e Júlio Barbosa, exemplos de religiosidade), José Rodrigues (salesiano), João e Acácio Estrela Cartaxo, Raimundo Lins, Antônio Luís do Nascimento, José Mangueira, João Cartaxo Andriola, além daqueles que, depois do sacerdócio, optaram por seguir a via da constituição de família, certamente cumprindo os desígnios que lhes foram traçados: Hélio Lacerda (filho do ex-prefeito da cidade, Manoel Cavalcante Lacerda) – este, ao que nos parece, foi o que “puxou a fila” dos chamados “padres casados”, José de Souza Neto, Antônio de Sousa Sobrinho, Paulo Cartaxo Andriola, José Estrela Cartaxo, Carmil Vieira e, deve-se ressaltar o caso do Padre José Paulo Pires Braga que, depois de enviuvar, retornou à sua vida sacerdotal. Certamente, entenderá o leitor o porquê da coluna de hoje: resgatar o clima de religiosidade que sempre circulou pela nossa cidade que, independente de escolhas, nos deu figuras que merecem o nosso respeito e admiração.

Na ilustração, ao longe, o Cristo Rei, quando ainda não fora criado um bairro com o seu nome.
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