Cajazeiras pede socorro

O recrudescimento do número de assaltos e arrombamentos no centro comercial e nos maiores bairros da cidade de Cajazeiras gerou uma onda de revolta e insatisfação generalizada na população com a dura e cruel constatação que em termos de segurança pública estamos entregues à própria sorte.

O problema é antigo e se arrasta por anos a fio. Entidades dos segmentos produtivos já se exauriram em reuniões com a cúpula de segurança local Policia Militar e Civil onde as cantilenas de explicações são a baixa remuneração da tropa (soldo) e as famigeradas audiências de custódias que geram um círculo vicioso onde a polícia prende e a justiça solta que culminam na nefasta operação “enxuga gelo”.

De fato, a insatisfação dos policiais militares procede. Com a remuneração, gratificações, incentivos e outros penduricalhos, mesmo juntando tudo isso, a Paraíba conseguiu arrematar o vergonhoso título do menor soldo do país e isso gerou uma forte mobilização que resultou, no ano passado, numa grande onda de protestos que culminou numa grande greve geral de toda categoria. A greve acabou, mas a insatisfação dos militares continua e é refletida na insegurança nas ruas com um policial apático e desmotivada que estimula a escalada de ações audaciosas e intimidadoras de meliantes.          

Será que enxugar despesas penalizando ações de segurança pública, reduzindo o efetivo policial não seria um tiro no pé?  Politicamente, sim. Entendo que essa atitude sovina de fazer caixa à custa da segurança pública do Estado precisa ser revista, pois, além de mergulhar o estado no caos da Insegurança guinou um dos líderes dessa revolta a uma cadeira na Câmara Federal tornando-se o principal adversário do governo.

Embora seja uma cidade ainda relativamente pequena, Cajazeiras padece praticamente dos mesmos problemas de segurança das grandes metrópoles brasileiras. Em apenas uma das mais importantes artérias da cidade temos 3 cracolandias, assaltos à mão armada nos semáforos de trânsito, sequestros relâmpagos, roubos a caixas eletrônicos de bancos. Enfim a nossa cidade não é mais a mesma do início deste século, onde se cultivava o habito provincial de conversar tranquilamente nas calçadas noites, adentro. Isso não existe mais.

E foi nesse clima de insegurança que a cidade acordou sobressaltada na manhã deste domingo (5/2) com ao arrombamento e assalto a duas empresas tradicionais da cidade situadas na secular Praça João Pessoa. A audácia, a tranquilidade e a precisão como os bandidos agiram sem serem importunados impactaram os pacatos cajazeirenses escancarando uma dura realidade palpável: Cajazeiras está entregue a própria sorte.

 Algo tinha que ser feito. E foi! A diretoria da CDL Cajazeiras, em reunião extraordinária, aprovou por unanimidade a formalização de um convite para o Secretário de Segurança do Estado venha à Cajazeiras dar explicações sobre o caos instalado na cidade. O meu dileto leitor deve a estar a se perguntar, por onde andam nossos três deputados estaduais? Eu respondo: foram todos três notificados para reforçarem o convite ao Secretário. Se os nossos três deputados não conseguirem trazer um simples Secretário à Cajazeiras fica a pergunta: afinal, para que servem os nossos deputados?

P.S.: informo aos meus leitores que como forma de protesto pela insegurança pública reinante em Cajazeiras, reedito este texto postado originalmente em abril de 2022, por simplesmente não ter nada mais a acrescentar. O caos continua!

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