A guerra continua

Amigos meus falaram da insatisfação com colegas que continuam batendo na tecla do extremismo bolsonarista. Até pensei que os ânimos haviam arrefecidos. Evidenciou-se que essa situação voltou à tona com mais carga por causa da perversa reunião do dia vinte e dois de abril último.

A polarização já foi debatida amplamente pela imprensa, e o ponto xis falado por meus amigos é que não era uma onda, não, essa rendição pelo arcabouço bolsonarista. É convicção pela admiração que o presidente tem pelo fascismo, pelo autoritarismo, pela Ku Klux Klan (quem não sabe o que é isso dá um pulo aí no Google, por favor), pela repulsa à órgãos oficiais que dão equilíbrio à democracia, por aversão à imprensa livre, por reverência abertamente ao ditador italiano Benito Mussolini… Tudo em nome dos desmandos cometidos pela esquerda brasileira, como se Bolsonaro não estivesse ganho as eleições e ainda estivesse lutando para chegar ao poder. “Eu sou a Constituição, porra, e ponto final, o resto que se foda!”.

O mais hilário é quando os bolsominions falam que se protegem do comunismo. Não sei em que século esse pessoal está vivendo.

O pior é que esses amigos falam que até entre familiares a questão não é ponto pacífico e as rixas continuam. Tive sorte porque na minha família não há essa contaminação.

A perplexidade de meus amigos continua por ter pensado que seus amigos de formação acadêmica tinham maior compreensão, supostamente, do histórico do presidente do Brasil quando faz uso de vocabulário chulo como se estivesse num covil de malandros ou seu desrespeito por normas sanitárias.

Ter admiração por alguém que tem orgulho de ser ignorante é dar nó na cabeça de qualquer um que tenha o mínimo de bom senso.

Sim, eu sei: o PT roubou, Lula foi preso, Dilma foi expulsa. Mas vai continuar com essa ladainha a vida toda? Vai querer continuar sendo negacionista com a ciência vendo vírus comunista nas máscaras, nos aventais, nos respiradouros, no isolamento social, debaixo do tapete de casa, no STF, no Congresso Nacional, no pano vermelho do toureiro espanhol, no sangue, no caqui, no tomate maduro, evidentemente na bandeira da China, nas listas rubras da camisa do Flamengo, na rosa púrpura, nos blazeres de cor magenta…

A pureza da nova política cantada e exaltada, agora abraçada e beijada com o Centrão, foi só para enganar bobos?

Respeito meus amigos se identificarem e aplaudir o nefasto bolsonarismo. Defendo inclusive o direito deles me acharem idiota.

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