No bairro Vila Nova, em Cajazeiras, vive um jovem que pode despontar como um dos próximos grandes pintores do Brasil, mas para isso é preciso que o seu trabalho comece a ser reconhecido. Wellington de Souza, de 22 anos, já produziu em torno de 500 pinturas. Porém, de acordo com seus cálculos, até hoje não chegou a vender nem vinte.
Ter sua arte reconhecida não é um objetivo fácil de alcançar para quem é pobre e não tem o apoio do poder público. Uma das críticas que Wellington faz é sobre a falta de um espaço para exposições de trabalhos de artista plásticos de Cajazeiras e região.
– Cajazeiras, como terra da cultura, era para ter uma galeria de artes para os artistas se expressarem melhor e falar do seu trabalho. Eu acredito que não sou só eu que tenho esse talento de pintar, mas outros também que estão por aí e não foram reconhecidos ainda. Deve ter um local para os pintores – ressalta o jovem.
Wellington começou a desenhar com nove anos de idade e a pintar em tela com quinze, já alimentando o sonho de ser famoso como os grandes mestres da pintura. O aprendizado e evolução das técnicas se dá de maneira autodidata, assistindo videoaulas, lendo livros e, principalmente, com a mão na massa, ou melhor, nas tintas.
Morando em uma casa bastante humilde, o jovem pinta no seu quarto, com pouco espaço e sem a iluminação ideal. Contudo, é lá que ele mergulha no universo da imaginação e das cores para expressar seus sentimentos nas telas.
– Quando eu entro no quarto, é como se eu estivesse fora do mundo normal. Eu fico aqui tranquilo e começo a pensar no que vou passar para a tela, no que vou transmitir. A tela é uma coisa onde você está expressando o que pensa, o que está passando na vida – resume.
COM INFORMAÇÕES DO DIÁRIO DO SERTÃO