Rua Epifânio Sobreira

Antiga artéria, situada na zona comercial de Cajazeiras, a atual Rua Epifânio Sobreira, teve, inicialmente, a denominação de Rua do Sol (segundo informação dos mais idosos da cidade), passando, depois, a ter o nome de Rua 15 de Novembro como homenagem da edilidade ao regime republicano instalado pelo Marechal Deodoro da Fonseca. Já em nossos dias, passou a ter a denominação Rua Epifânio Soberira, em homenagem ao benemérito cajazeirense que residiu naquela rua, onde construiu a sua bonita e confortável mansão.

A Rua Epifânio Sobreira começa na Praça do Coração de Jesus e se estende, na direção do poente, até à parede do chamado Açude Grande. Em 1890, contava com dezenove casas, quase todas localizadas no trecho comercial da cidade. Começa com considerável largura e vai se estreitando no seu prolongamento até a parede do chamado Açude Grande, onde o Prefeito Otacílio Jurema construiu uma escadaria de acesso àquele agradável recanto da cidade.

O velho solar do Major Epifânio Sobreira foi um ponto de referência naquele trecho da cidade. A 28 de setembro de 1926, o bandoleiro Sabino Góis tentou assaltá-lo, sendo repelido pelo seu proprietário que, no fim daquele entrevero, resultou ferido à bala em um dos seus pés. Aquele lamentável episódio foi descrito pelo jornalista cajazeirense, Antônio José de Souza, em seu trabalho “Subsídios para a História de Cajazeiras”, editado em 1987. 

Naquela rua funcionou a redação do procurado semanário “O Rebate” que obedecia à orientação política do comerciante Marcolino Diniz e contava com o redator-chefe, o Bacharel Praxedes Pitanga. Era o tempo em que a cidade contava, com “O Rio do Peixe”, de orientação diocesana; com  “O Sport”, dirigido por Antônio José de Souza; com “A Ação” e com a surpreendente revista “Flor de Liz”, mantida por dedicadas senhoras, integrantes da Ação Católica Feminina, sob a direção de Odília Leal e Rosinha Tavares.

Epifânio Gonçalves Sobreira nasceu em Cajazeiras a 1 de agosto de 1864. Filho do Professor Francisco Gonçalves Sobreira (sobrinho do Padre Rolim) e Josefa Maria da Conceição, foi comerciante abastado, voltado para o desenvolvimento da cidade, com a realização de vários empreendimentos que lembram o seu nome. Juntamente com o sírio-libanês João Bichara, construiu um prédio na Avenida Presidente João Pessoa, destinado à instalação do Cinema Moderno, transformado, depois, no primeiro cinema falado de Cajazeiras. Faleceu, em Cajazeiras, a 21 de setembro de 1937.

DO LIVRO ‘RUAS DE CAJAZEIRAS’, DE DEUSDEDIT LEITÃO

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