O pagador

Numa ocasião, comemorando o aniversário do governador João Agripino, no Hotel Brejo das Freiras, os Penetras, como sempre, não tinham dinheiro e nem ideia de como conseguir uns trocados para beber.

Era chefe da Casa Civil do Governador, o deputado Edme Tavares, que também se fazia presente à festividade.

Os Penetras gostariam de participar da festa, mas como? Eram todos uns lisos!

Aí o penetra Júnior teve a brilhante ideia de imitar a assinatura do deputado Edme Tavares, sugestão que todos logo concordaram e aprovaram. Papel e lápis na mão, eis alguns textos dos vários bilhetes destinados ao gerente do bar do hotel:

“Ao Sr. Antônio Dias: peço entregar ao portador um litro de whisky. Edme Tavares, chefe da Casa Civil do Governador”. E logo abaixo aparecia a assinatura perfeita e primorosa do deputado.

Outra comunicação: “Por favor, Sr. Antônio Dias, entregue ao jovem um prato de filé com fritas. Obrigado”. E novamente a assinatura do deputado…

Finalmente, depois de muita comida e bebida à noite inteira, às custas da assinatura do Chefe da Casa Civil, os Penetras saíram do Brejo das Freiras contentes e felizes com o sucesso da armação, cuja falsificação não despertou nenhum tipo de suspeita por parte do gerente. A presepada não teve maiores consequências.

DO LIVRO ‘OS PENETRAS’, DE JOSÉ MIGUEL LEITE JÚNIOR

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