As pautas do governo que devem ser revistas

Recentemente vi uma entrevista de uma índia da tribo yanomami, que reclamava da ministra Marina Silva mais ou menos nos seguintes termos: “Ministra, eu tenho que fazer meus dejetos no rio, enquanto a senhora utiliza o banheiro, nós não temos saneamento porque temos de conservar nossa cultura. Mas será que nós não temos direito ao saneamento, energia elétrica, e outras tecnologias em nome dessa cultura?”.

Eu tive, como sempre tenho, que concordar com aquela “originária”. Decerto, enquanto concordo no grosso das ações do atual governo, discordo e desde muito tenho discordado de muitos pontos da política atual, que alguns chamados “esquerdistas” ou “progressistas” tem uma espécie de programa que temos de abraçar por completo.

O caso do povo yanomami é emblemático: eles são o povo, em termos de cultura, mais atrasado no mundo. Além de ágrafos (sem escrita), tem algumas coisas em que estão na idade da pedra polida. Vejamos a matemática deles: eles têm um nome para um, outro nome para o dois e outro nome para muitos. Essa é a sua matemática. Eu acho que esse povo tem o direito de qualquer cidadão de aprender a nossa matemática, isso não é manter cultura, mas na minha opinião é preservar a ignorância, e eu acho que esse povo tem que ser consultado para saber se eles querem manter essa cultura pré-histórica. Eles também são brasileiros como nós.

Outro caso foi o da reserva “Raposa – Terra do Sol”, que juntamente com outras áreas igualmente “preservadas” engloba 2/3 do estado de Roraima, em que na maior parte os habitantes “originários” viviam de arrendar suas terras para os agricultores plantarem arroz e outras culturas, mecanizadas, e trabalhavam para eles e ganhavam em dinheiro e gêneros e eram prósperos.

Depois que foi proibida tal prática, os “originários” sem as máquinas, vivem em pequenas lavouras de subsistência, e se perde todo o alimento produzido nessa região, contra inclusive a opinião dos próprios supostamente beneficiados.

Tem outra matéria que me preocupa bastante: na foz do Rio Amazonas foi descoberta o segundo maior campo petrolífero do mundo, que vai desde a Guiana até a desembocadura do Rio Amazonas e até mais. A Guiana, que era um dos países mais pobres do mundo, se transformou num país com pleno emprego, e carente de mão de obra praticamente do dia para a noite. Grandes empresas se instalaram lá, coisa semelhante acontece no Suriname e na Guiana Francesa. Apenas o Brasil se recusa a explorar essa riqueza nas nossas costas setentrionais, por causa de supostas agressões ao meio ambiente. O Brasil de auto-suficiente passaria a ser exportador de petróleo trazendo riquezas para nosso país.

Me lembra a famosa Usina de Belo Monte, que se atrasou 20 anos por conta de que a usina prejudicaria 500 índios, 1.000 proprietários de terras, e 2.000 oleiros artesanais. Enquanto durava essa questão, vinte milhões de brasileiros ficavam com um suprimento precário de energia elétrica. Um absurdo desproporcional, que trouxe grandes prejuízos para nosso país.

Então, antes de se engajar em algum tema, é sempre bom estudar esses temas sem paixão. Sem o radicalismo de é de direita é bom, e de esquerda é ruim, e vice-versa. Temos que ver essas coisas por todos os ângulos.

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