Wilson Braga e o aeroporto de Cajazeiras

Wilson Braga, quando governador da Paraíba (1983/1986) e mesmo antes, como deputado federal por quatro mandatos, teve sempre seus olhos voltados para a cidade de Cajazeiras e em especial para o Aeroporto Antonio Tomaz.

Logo depois de sua eleição aconteceu uma reunião no Brejo das Freiras com todos os rotarianos de Cajazeiras, que encaminharam diversos pedidos para a cidade e dentre eles a questão do aeroporto que havia perdido a sua homologação.

Pouco tempo depois foi feito um novo projeto que incluiu a sua ampliação de 900 para 1.100 metros e a mudança do eixo da pista para desviar da torre de irradiação da Rádio Alto Piranhas, em sua cabeceira de decolagem, além da reforma da Estação de Passageiros.

Em pouco tempo o DER executou as obras e ainda o asfaltamento de toda a pista, mas mesmo com estas melhorias a cidade não conseguiu atender todas as exigências do Ministério da Aviação, o fato é que o velho aeroporto construído pelo Ministro José Américo de Almeida continuou sendo utilizado por todos que necessitavam pousar em Cajazeiras, principalmente a aeronave do governo do estado.

Quando o governador José Maranhão construiu a nova pista do que será, depois de homologado, o aeroporto da cidade, foi que deixaram de utilizar a velha do bairro das Capoeiras.

Lembro o dia da eleição para o governo do estado, que elegeu Wilson Braga, nunca o aeroporto recebera tanta gente com o objetivo de recebê-lo, mesmo antes do término da apuração, e o retiraram do pequeno avião nos braços e o conduziram pelas ruas da cidade. Uma apoteose!

Mas as preocupações de Wilson já vinham desde a década de 60, quando perdemos a homologação e as linhas aéreas e o exemplo maior desta postura de Wilson está publicado no Diário do Congresso Nacional do dia 27 de maio de 1967: “tenho recebido constantes apelos das entidades de classe da cidade de Cajazeiras, para que o Ministério da Aeronáutica mande com toda urgência fazer os serviços necessários à complementação do aeroporto daquela cidade”.

Neste mesmo discurso disse ainda: “é preciso, Senhor Presidente, realizar o aumento da pista e sua pavimentação, e em seguida o balizamento noturno, para que, assim, o movimento de aeronaves civis continue a prestar os serviços relevantes a toda a região do sertão da Paraíba”.

Wilson, ainda fez uma demonstração do movimento do nosso aeroporto no ano de 1966: “passageiros embarcados – 1.200, desembarcados 1.070, em trânsito – 5.520, pousos – 306, decolagens – 306, 1.860 quilos de cargas desembarcadas, 1.450 quilos embarcadas, correios desembarcadas 720 quilos e embarcadas 680”.

Informou ainda os movimentos dos meses de janeiro, fevereiro e março de 1967: “passageiros embarcados 206, desembarcados – 197, em trânsito 903, cargas embarcadas – 197 quilos e desembarcadas 214 quilos, correios embarcados 154 quilos e desembarcados 156 quilos e setenta pousos e igual número de decolagem.

O apelo feito por Wilson Braga, da tribuna da Câmara Federal, em 1967, só foi concretizado 16 anos depois quando que foi eleito governador da Paraíba no ano de 1983.

Sempre que me encontro com Wilson faz logo a pergunta: e o aeroporto como andam as obras e o processo de homologação? Esta preocupação vem desde o ano de 1967, portanto há mais de 49 anos atrás. Possivelmente no cinqüentenário da perda oficial do nosso aeroporto nós vamos reconquistar uma das maiores perdas e símbolo de nossa cidade, que foi pioneira nos sertões do nordeste em matéria de aviação civil, sem esquecermos a figura singular de nosso piloto Antonio Tomaz, o querido Antonio Pão Doce.

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