“Setembro em Flor”

O PNI – Programa Nacional de Imunização foi criado no Brasil em 1973. O Sistema Único de Saúde disponibiliza em seu calendário 19 tipos de vacinas, contribuindo, assim, para a erradicação ou controle de doenças transmissíveis. Apesar do sucesso que o Programa tem alcançado em nosso país, nos últimos tempos as metas estabelecidas estão encontrando dificuldade para serem alcançadas, por conta de movimentos antivacinas, ampliados pelo negacionismo científico e propagação de desinformações a respeito. Isso, por consequência, pode gerar problemas de saúde coletivos para as gerações vindouras.

Neste mês foi deflagrada a Campanha Setembro em flor, que busca conscientizar a população sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce dos tumores ginecológicos, que se localizam no colo do útero, endométrio, ovário, vagina e vulva. Cerca de 30 mil brasileiras são diagnosticadas anualmente com algum câncer ginecológico (útero, ovário, endométrio). A vacina contra o HPV é uma das principais formas de prevenção do câncer de colo de útero. Sem dúvida, a vacinação torna-se o principal aliado contra a doença. É necessário, portanto, que haja uma sensibilização da sociedade para a proteção de cânceres que acometem pessoas com aparelho reprodutor feminino.

Na Paraíba são 290 novos casos previstos para 2023, causados por infecções recorrentes do HPV. A Secretaria de Estado da Saúde (SES), através da Gerência Operacional de Atenção Básica, em parceria com a Secretaria de Estado da Educação, realizou, no final do mês de agosto, a Semana Estadual de Saúde na Escola, que incluiu a vacinação contra o HPV para meninas e meninos dos 9 aos 14 anos. Foram também incluídas vítimas de violência sexual. A vacina é igualmente indicada para homens e mulheres até os 45 anos que vivem com HIV/Aids.

A campanha “Setembro em Flor”, do Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos EVA, vem somar na busca pela prevenção e divulgação de informações sobre os cânceres que atingem a mulher. Esse é um tema que precisa ser ampliado o debate, de forma a que possa suprir a carência de conhecimento da população brasileira a respeito. É imprescindível que vençamos a percepção enganosa de que não é preciso vacinar porque as doenças desapareceram resgatando os níveis de imunização elevados do passado. São alarmantes as quedas na cobertura vacinal no Brasil, promovidas por negacionistas irresponsáveis que tentam produzir desconfiança da população nas ações de vacinação.

Esse movimento “antivacina” e seus porta-vozes trazem prejuízos, não só para a ciência, mas para a saúde humana. Que as mentiras compartilhadas em redes sociais, as chamadas “fake news”, e o desconhecimento de determinadas doenças, sejam enfrentados com determinação.

A campanha do “Setembro em Flor” procura mobilizar todos para a compreensão de que a vacinação é uma questão de responsabilidade social. Além da vacina, torna-se importante esclarecer sobre o uso de preservativos e cuidados de saúde ginecológica com consultas de check-up e até oncológico. A campanha recomenda a adoção de medidas de prevenção que se baseiam no estilo de vida equilibrado, com uma alimentação saudável e prática de atividade física regularmente, perder peso e não fumar. Esses alertas não podem ser desconsiderados.

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