Dona Mãezinha

Fico pouco a vontade de escrever sobre o recente falecimento de D. Mãezinha, a esposa de Seu Arcanjo e mãe e nora de tantos amigos queridos, quem teria muito mais propriedade e conhecimento sobre ela, quem pode, deve e nessa tiragem do Gazeta, naturalmente todo em sua homenagem, são seus filhos genros e noras, que entre outras qualidades tem o dom de transmitir ao papel seus sentimentos. Nesse mister sou somente um coadjuvante, daqueles que aparecem uma vez em cena e dizem uma breve fala, e saem despercebidos.

Mas me sinto na obrigação de dar meu testemunho, tanto pelo apreço que tenho por toda a família e sei ser recíproco, e especialmente ao meu eterno Professor José Antônio (desde o Colégio Estadual), que tem a paciência de ceder este espaço para que escrevinhe minhas opiniões. Em nome dele expresso meu sincero pesar pela perda da pessoa mais importante de suas vidas, que a ela devem tudo, inclusive vir ao mundo.

Confesso que no momento não me ocorre nenhuma situação que eu e D mãezinha (somente nós) tenhamos vivido, pois sempre havia a seu lado Seu Arcanjo, ou algum de seus descendentes, estes momentos foram inúmeros.

Então vamos começar pelo começo: um casal humilde se formou em Boqueirão de Piranhas, e com muito trabalho, numa batalha incansável, eles formaram uma das famílias mais importantes de nossa terra, aos quais até os poderosos tinham, quando da passagem por nossa cidade, vinha prestar suas homenagens.

Enquanto Seu Arcanjo tomava conta de seu Armazém Rio Piranhas, tinha consciência que seu em seu lar reinava a organização e harmonia, naturalmente sob a batuta de Dona Mãezinha, e filhos na escola, a mesa estaria posta para o almoço, ali tudo estava funcionando perfeitamente em ordem, de per si. Com esta situação doméstica resolvida, Seu Arcanjo podia se concentrar na administração daquele que era sem dúvida por mais de trinta anos a maior casa de comércio da região.

D. Mãezinha encarnava com perfeição um dos mais conhecidos adágios mexicanos “o que sustenta uma casa não são as pedras de seu alicerce, mas a mulher que nela habita”, e os resultados de seu trabalho estão aos olhos de todos, seus filhos, receberam a melhor educação possível, quando estudava em Recife, havia na Rua padre Inglês, na Boa Vista, um apartamento, em que moraram todos os filhos do casal, até que formados, tivessem condições de formarem seus lares. Nos Arcanjos, e por conta desse  esforço do casal (e em especial de dona Mãezinha), não existe a famosa “ovelha negra” que ocorre na maioria das famílias. Nessa, se alguma competição havia, era saber quem era a ovelha mais branca. Isso para uma prole relativamente grande, nos mais diversos seguimentos de nossa sociedade, todos se destacaram.

Além da genética, somente se consegue semelhante resultado quem sai de um lar organizado e harmonioso, e D. mãezinha que recentemente nos deixa, teve papel fundamental nesse processo.

Muito mais vai se escrever sobre ela, e mais ainda era fez por merecer.

Fica o registro desse membro menor de seu circulo de amigos. Nossa sociedade fica diminuída com seu falecimento. Que o Criador a reserve um merecido lugar especial do outro lado da vida.

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