Um pouco do passado

Saudades de minha rede, companheira indelével dos meus pavores, das pequenas gotas da chuva que passavam em cachoeira pelo telhado, e entoava a verdadeira canção da paz e da madrugada.

Do acordar molhado e com medo das gozações ia rapidamente à busca de um pano para limpar o solo e trocar o meu pijama.

Do sapato sete léguas que enfrentava todo tipo de pedra, do macarrão com colorau, do café pisado no pilão, do gostoso rubacão com alguns pequis pelo meio.

Saudade das coisas que enfeitavam minha vida, tão simples que cabiam na palma de minha mão.

Da cueca samba canção feita por minha mãe que ficava com uma perna mais curta que outra, apertava na frente e folgada atrás.

Este mundo que vivia era um mundo generoso, apesar de atrasado era muito mais gostoso, pois tudo que a gente via era feito de verdade, diferente deste mundo, onde a sinceridade juntou suas trouxas e foi embora da cidade.

Era pequenina minha esperança, do tamanho do lugar que eu vivia, mas era tão bom. Não havia safadeza, não havia ladrões maiores, pois o único que tinha roubava apenas galinha para sustentar a família.

Num universo das ruas não havia inimizades, apenas modificava na época de eleição, quem ganhava estendia a mão e tudo voltava a normalidade ao som da difusora que tocava belas canções.

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