Retrocesso de Romeu Zema

Romeu Zema exibiu ignorância histórica ao defender do Consórcio Sul Sudeste de governadores, em “análise rasteira”, como bem definiu o jornalista Josival Pereira, e “age por motivação ideológica e de má-fé”. Por quê? Ora, ele quer herdar o acervo direitista de Bolsonaro. Isso merece análise.

Nosso mais grave problema é a desigualdade.

Muitos sabemos disso. Uns porque sofrem os efeitos perversos, a fome, entre eles. Outros porque identificam causas e consequências dos desequilíbrios estruturais. A desigualdade está na raiz da formação brasileira, sendo os desníveis regionais apenas a face geográfica de suas variadas formas, ostentadas, também, nas deformações econômicas, sociais, políticas, culturais, geradoras de preconceitos.

O governador mineiro disso não entende.

Por ignorância não enxerga sequer na história presente o sentido do Consórcio Nordeste, que tem na busca pela redução das desigualdades históricas sua razão de ser. Para isso, apoia-se em equipe de técnicos e cientistas capazes de respaldar decisões dos governadores, fundadas em visão estrutural e rigorosa análise da conjuntura. O Consórcio Nordeste, guiado pela legenda, o Brasil que cresce unido, é uma reação à mais abominável intolerância que espalha extremado rancor religioso, político, ideológico, no seio a família, insufla militares, enfim, fratura a sociedade brasileira.

Levou-se décadas para perceber a natureza de nossas desigualdades.

Foi preciso que um grupo de jovens latino-americanos, abrigados na CEPPAL, com sólida formação econômica e histórica, e visão do mundo, abrissem os olhos para nossa cruel realidade. Impossível não lembrar que foi Celso Furtado quem induziu o mineiro Juscelino Kubitschek a dar amplitude às políticas públicas visando reduzir as desigualdades regionais. É verdade que, um pouco antes, o gaúcho Getúlio Vargas teve a iniciativa de formar sua assessoria econômica com gente da estirpe de Rômulo Almeida, Soares Pereira, Cleanto Leite. Todos do Nordeste! E deu início ao combate às gritantes disparidades da sociedade brasileira com inovadora estratégia. O governador de Minas nada sabe de história, tantas são as asneiras que fala. A ele interessa a herança ideológica bolsonarista, plasmada no ódio, na superficialidade conceitual destorcida.

Afinal, Zema propõe o quê?

Josival Pereira foi certeiro: Zema “propõe o retorno da política de aprofundamento da desigualdade. Busca dividir a população simplesmente em função de uma eleição. É cruel e obscurantista”.    

1 comentário
  1. Aí, a elite de Pindorama, fica reclamando do PCC.
    Podem falar o que quiserem de mim, mas é a verdade nua e crua.
    Os caras acordaram e estão tomando a parte deles.

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