Eliézer Rolim: o falecimento de uma das maiores personalidades que nossa cidade já criou

Meus amigos e leitores. Cajazeiras perdeu uma das maiores personalidades que aqui já nasceram. Eu o acho o único de nossos concidadãos que pode, mesmo como filho e evidentemente torcedor, a poder de certa forma rivalizar com minha mãe. Certamente com grandes diferenças, principalmente em função do tempo, pois no tempo de Ica, as artes audiovisuais não tinham o prestígio que têm hoje, e as condições eram muito diferentes.

Vamos começar pelo início: eu imaginava Eliézer bem mais novo que sua verdadeira idade, de 61 anos. Ele morava na Rua Hygino Rolim, bastante próximo ao Tênis Clube, eu era o local onde Dona Ica fazia todos os atos concernentes à realização de suas peças teatrais, desde a leitura do texto, os ensaios e as apresentações de das peças que seriam apresentadas, inclusive as adaptações de palco, e as apresentações das peças. Em todos esses eventos, a gente, eu inclusive, iam ver todo esse processo. E conosco muitos moradores da vizinhança estavam presentes aprendendo todo processo de como levar ao palco uma peça teatral, provavelmente Eliézer (não o conhecia daquela época), era um desses não foi por algum acaso ou alguma centelha divina que o Grupo Mickey, que depois virou depois Grupo Terra, teve toda a merecida fama inclusive de forma internacional.

Posteriormente travamos uma boa, porém distante relação de amizade, onde ele me contava histórias dos poucos, porém intensos contatos com minha mãe, a ponto de que numa das últimas vezes que nos encontramos, ele ter confessado que um dos sonhos que Eliézer acalentava era justamente fazer um filme sobre a vida de Ica. As pessoas realmente grandiosas não nutrem esses sentimentos mesquinhos como a inveja umas das outras. Coincidentemente, na cerimônia de posse dos membros fundadores da Acal, tive a satisfação de o ter ao meu lado durante toda a cerimônia, e naturalmente conversamos sobre teatro, cinema e Ica. Imaginem caros leitores, um grupo teatral de uma cidade do interior do Sertão da Paraíba chegar aos palcos dos grandes centros da intelectualidade de nosso país, fazer sucesso de público e crítica e lançar um de seus membros ao estrelato internacional ganhando o primeiro “Urso de Prata” que o Brasil já recebeu, foi justamente Marcélia Cartaxo, e a peça que eles apresentavam era “Beiço de Estrada”, de autoria e direção justamente de Eliézer, que no auge de sua trajetória, tendo filmado além de “O Sonho de Inacim”, onde dirigiu uma ator do quilate de Zé Wilker, e mais recentemente filmado “Beiço de estrada”, onde dirigiu outros grandes atores de nosso cinema do quilate de uma Darlene Glória, por exemplo, não deixa nenhum tipo de questionamento sobre sua extraordinária capacidade artística e técnica.

Muito eu teria e tenho a acrescentar sobre Eliézer, mas por enquanto vou ficar por aqui, outros amigos e admiradores devem também falar sobre esse grande que foi levado pelo descaso genocida de nosso governo. Para mim é como uma perda pessoal.

Certamente o Altíssimo deve ter seu merecido lugar para o descanso terno para quem tanto trabalhou e nós cajazeirenses em particular tanto devemos.

Uma personalidade extraordinária se foi, e outra como essa vai ser difícil de aparecer, mas Cajazeiras que criou uma Ica e um Eliézer. Escolhendo os caminhos a as posturas certas, tem condições sobre e vida de Padre Rolim, não têm inveja umas das outras tive todas essas mazelas e doenças que nos acometem todos os anos, dengue, zica, chikungunha, somente fui evitado pela Covid. Mas adquiri uma virose que me prostou de cama e quase de caixão. Não tendo o que fazer, recorri às Escrituras, e especialmente no maior livro de auto ajuda que existe no Velho testamento, o Livro Jó. Ele conta de uma espécie de aposta que Deus fez com o Demônio, para testar a fé de seu filho dilleto, Jó. Então me veio à mente uma frase de um filósofo moderno, a saber, Nietzche, que escreveu: “Por que Deus deixa o demônio fazer o mal a seus filhos, se é por sua vontade ele é cúmplice, e se não ele não é todo poderoso”. Nesse caso, eu que não sou versado nesses assuntos, apenas leio até o fim, ouso achar que nesse caso, Deus foi cúmplice, pois apenas ressalvava “não o mate” e Jó , por causa de sua fé, teve que enfrentar uma provação absolutamente desproporcional, com o consentimento do Todo poderoso. Então vamos a pergunta milenar: qual o sentido de se criar a humanidade se é para passar por provações muitas vezes sem merecimento? Todos os anos aparece uma doença nova e cada vez e do fundo de minha rede de doente fico a pensar, o que tanta gente boa fez de tão errado para merecer ficar exposto a esse e outros tipos de sofrimentos, e outros que fazem e desfazem coisas piores não são penalizados por isso? Então eu fico no meio de minha ignorância a procurar motivos: o dilúvio, em que devem ter morrido muitos inocentes, que sequer viram a Arca de Noé, o fato de o próprio filho de Deus passar pela crucificação, de todos os apóstolos terem sido brutalmente assassinados por pregar o amor universal?

Fico pensando na origem divina do Demônio, que anda às soltas pintando e bordando, sem pagar por isso. Nas religiões pré-cristãs, não existe esse ser dedicado a fazer o mal. O próprio exu, confundido com o diabo pelos missionários católico que chegaram às Américas é na realidade o tal “Deus Malandro”, que faz o bem ou o mal de acordo com a necessidade de quem pede. O nome Exu, quer dizer esfera, que penso ser uma bola de futebol vista por dentro, vai de acordo com quem chute ela, seja para o bem, seja para o mal, a maldade está na pessoa que movimenta.

E assim, ficamos nesse mundo de injustiças e justiças muitas vezes sem poder governar a nossa vida do jeito que queremos ou merecemos.

Mas são elucubrações de um doente, que fica revoltado com o fato de não ter sua saúde restabelecida. E ainda dando louvores pelo fato dessas doenças com nomes esquisitos não me atingirem até agora.

Fico.

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