Quem não deve, não teme

O medo é a maior ameaça para os que sabem ser culpados. Por isso que se diz: “quem não deve, não teme”. Quem está com a razão nada tem a esconder porque confia na justiça. O medo que a verdade seja revelada, faz com que muitos se sintam contrariados quando passam a ser alvos de investigação. Me parece isso uma atitude contraditória. Ora, se nada fizeram que possa incriminá-los porque temer a inquirição? 

A melhor forma de mostrar que está com a verdade cristalina é permitir que seus atos sejam investigados minuciosamente. As falácias que porventura estejam lhe sendo atribuídas, terão a oportunidade de serem desmascaradas a partir da meticulosa apuração dos fatos. Os inocentes brigam para que possam provar a inexistência das culpas que lhes são conferidas. Os culpados entram em pânico na perspectiva de serem desacreditados.

O receio de ver imagens construídas serem abaladas, fazem com que reajam contra qualquer intenção de exame de suas atitudes pretéritas e presentes. Quem vive em castelos de areia fica atemorizado diante dos mais frágeis ventos que ameacem a integridade de sua proteção. Atordoados mostram-se assustados com a possibilidade do mundo desabar sobre suas cabeças, na revelação das mentiras em que se viram apoiados até então. 

Mentiras não se sustentam por muito tempo. Os cúmplices da mentira não permanecem fiéis ao crime. Eles mudam de posição à medida que as verdades comecem a aparecer. Então os que cresceram na base da falsidade, terminam sozinhos quando vão sendo desmascarados. A História é pródiga nessas constatações. O enganador finda seus dias isolado. 

O embuste se alimenta de si mesmo para enredar tudo o que existe ao seu redor. Quando isso se desfaz, o ardiloso se perde nas próprias mentiras, que não conseguem se sustentar após os resultados da investigação que tanto temia. Estratégias falsas não se mantêm firmes. Desmoronam por si próprias. 

Quando se verifica a falta da verdade, desaparece a confiança. Esse é o maior dos temores que afligem os que trilham os caminhos da ilusão planejada. Os íntegros não tremem ao se verem objetos de investigação. 

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