COISAS DE CAJAZEIRAS

Os maus romeiros de Padre Rolim

No último dia 20, assisti pela televisão uma missa em homenagem ao Padre Cícero Romão Batista, na Basílica de Nossa Senhora Das Dores, transmitida pela TV Padre Cícero. Entre os presentes, estava um padre, um monsenhor que não me recordo o nome, que é o postulador da beatificação do Patriarca do Cariri rumo aos altares.

Que suas ordens já foram devolvidas, já sabemos desde a comunicação do então Bispo de Cajazeiras, Dom Jose Gonzalez Alonso, há alguns anos.

E a missa com a presença de uma enorme multidão, terminava da seguinte forma: todos olhando para a estátua do Padre Cícero, no Horto, e cantando a famosa música de Luiz Gonzaga “Olha lá meu irmão/ No alto do horto/O padim tá vivo? Ele não tá morto”. Tudo isso sob as bênçãos da Santa Madre, que tanto o perseguiu quando vivo.

Então, o caminho do Patriarca do Juazeiro rumo aos altares está sendo asfaltado, graças aos milhares de romeiros que, inclusive contrariando as antigas diretrizes e os repetidos ordenamentos da Igreja de outrora, finalmente se rende ao nosso tipo de devoção, que, no livro de Euclides da Cunha, expressava o Padre Cícero como um “herisiarca sinistro”. Bem, naquela época se vivia e havia o trauma do movimento de Canudos liderado pelo também cearense Antônio Conselheiro, tema de sua famosa obra, ”Os Sertões”.

Agora voltando para nossa Cajazeiras.

No caso de Juazeiro, desde que o padre era vivo, se tentava que lhe fossem devolvidas suas ordens sacerdotais, tendo, inclusive, um cidadão passado um bom tempo em Roma, e se entrevistado até junto ao Papa da época no sentido de que essas ordens fossem devolvidas.

Aqui temos o nosso Padre Mestre, que, além de ter sido professor de Padre Cícero e admirado por ele, formou para ir para Roma o primeiro cardeal das Américas, o Cardeal Joaquim Arcoverde. Nosso patriarca foi, aos poucos, sendo esquecido por nós a ponto de um jornalista de baixo nível, que nem vou citar seu nome por deméritos, ter feito o seguinte questionamento: “afinal esse sujeito era padre ou era mestre?” Quanta ignorância.

Então, nessa semana houve uma pequena discussão de como se faria um movimento para se levar a causa de nosso fundador adiante. Na minha humilde opinião, só se aparecer um grande milagre que possa ser atribuído ao fundador de nossa cidade, pois os seus romeiros, ao contrário dos do Patriarca do Juazeiro, não estão à altura de levar essa causa: ou seja, temos maus romeiros, se é que os temos.

Como disse meu pai, Dr. Waldemar, num comício em Cachoeira dos índios, que, na época, pertencia a Cajazeiras: “Só um milagre fará com que Cristiano Cartaxo vença a eleição contra Dr. Otacílio Jurema, mas eu acredito nesse milagre”. Da mesma forma estou quanto à causa de beatificação/canonização do Padre Rolim. Acredito no milagre.

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