O clima e o final dos tempos

Caros leitores. Ante a avassaladora quantidade de assuntos tratando de política e de políticos, me vejo na qualidade e ter a ousadia de discorrer sobre um assunto diverso, o estranho clima em que nós estamos passando. Meu tio Higino Pires dizia que para que houvesse uma boa safra de algodão, era preciso que chovesse em maio. Bem maio já passou, e choveu quase todos os dias, junho, já estamos nos finalmentes e as chuvas ainda continuam constantes e quase diárias, e ao que tudo indica, essa situação não deve parar de repente, certamente (estamos a dois dias da fogueira de São João,), nosso São João será chuvoso. Isso aqui, pois em outras regiões, como Recife, houveram enchentes “fora de época”, absolutamente incomuns, causando inclusive mortes.

Então vamos procurar ou tentar sondar alguma causa para o ocorrido. Numa recente reunião de religiosos, uma das presentes afirmou chamou que estamos no “fim dos tempos”, mas como? Como seria esse fim dos tempos para esse universo de tamanha complexidade, que somente agora estamos começando a descobrir um pouco dela, com o advento dos novíssimos telescópios, em que se acha que nosso universo tem aproximadamente 14 bilhões de anos de existência e que nós somos um minúsculo grão de areia perdida nessa imensidão cósmica, vai desaparecer num instante, que essa maravilhosa obra divina terá um fim porque alguns súditos de um planeta remoto têm se comportado mal? Na minha humilde opinião, Deus teve um momento de pouca inspiração para mandar seu filho unigênito para essa periferia das periferias do universo, e ainda ser morto para salvar essa humanidade que absolutamente não merece tão grande sacrifício, vindo do filho do Criador do Universo.

Pondo de lado a religiosidade, eu acho que devemos procurar esses motivos de um modo diverso. Nosso planeta se situa na atmosfera superior de uma estrela, e o que vem a ser uma estrela? Um enorme arsenal nuclear a explodir continuamente há quatro bilhões de anos; muitos milhares de bombas de hidrogênio a detonar de diversas formas a cada segundo. E nós, humildes seres humanos, que temos noções equivocadas das coisas, pensamos que o sol se comporta como um fogão doméstico, que se pode regular ou se prever seu comportamento, como se aquilo fosse uma coisa estável. Nunca; a doze minutos-luz de nosso planeta aconchegante existe essa fera incontrolável, e ainda com muitas variáveis, tais como a distância de nosso planeta, a quantidade de manchas solares, ou as tempestades magnéticas. Esse colosso tem sido até bonzinho para conosco. Talvez aí resida a obra divina, como no livro de Jó: ”faça-o sofrer, mas não o mate”.

E assim sobrevivemos.

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