Hospital Regional de Cajazeiras: uma paixão dos políticos?

A cidade de Cajazeiras e outras da Região do Alto Piranhas sempre desejaram para que a política partidária não interferisse no velho e querido Hospital Regional de Cajazeiras e que ele não fosse um instrumento para barganhar e angariar votos. A fome e a ganância, a boca grande e os olhos da classe política sempre estiveram voltados para esta casa de saúde.

Desde a reeleição do governador João Azevedo (PSB) e sua posse em 1º de janeiro de 2023, que os três deputados mais votados em Cajazeiras: Dra. Paula (PP), Chico Mendes (PSB) e Júnior Araújo (PSB), todos da base aliada do governo na Assembléia Legislativa, lutam, reservadamente, nos “intestinos” do governo, pelo “controle” ou pelo “domínio” do HRC, ou através de seus prefeitos aliados, quando não desejam aparecer no noticiário.

Alguns agentes políticos, nesta última semana, entrincheirados, começaram a soltar “balas de fuzis” contra o velho HRC, talvez, segundo o que se comenta nos bastidores do próprio hospital, com interesses pessoais, mas atingiram o alvo errado e ferindo, de forma graciosa, o governo do estado, “obrigando” o secretário de saúde a divulgar uma “Nota” desmentindo que a fotografia que aparece um paciente deitado numa maca num dos corredores do Hospital ser “antiga” (2018) e não da gestão da atual direção e do governo.

Ora, quem tem um aliado deste, não precisa de inimigos. Outro fato que causou burburinho na cidade foi a declaração do deputado estadual Chico Mendes, que já havia uma redução de mais de 400 mil reais nas despesas do Hospital, sem ao menos ter sido, de forma oficial, ser levado a público o resultado de uma auditoria que está sendo realizada no Hospital.

E logo em seguida foi a deputada Dra. Paula, sobre um possível “desvio” de dinheiro público no HRC, sendo mais incisiva, ao lamentar: “essa corrupção que só prejudicou as pessoas mais pobres que precisam de um atendimento de qualidade” e disse ainda: “esse foi um mal que foi perfurando toda a saúde dos 15 municípios polarizados e se utilizam do atendimento do Hospital”, por outro lado elogiou a ação do governador por mandar fazer uma auditoria.

Enquanto isto, o deputado Júnior Araújo permanece em silêncio, aguardando o desenrolar dos fatos, talvez, porque a direção do hospital, até recentemente, era uma indicação de seu grupo político e que até o momento só tem levado “bordoada” e que não se dispôs ainda a responder nada.

Outro fato, sem registro na história, foi a ida de um grupo de prefeitos, aliados do deputado estadual Chico Mendes e do deputado federal Wilson Santiago, ao HRC, “cobrar” da nova direção “a retirada um pouco da política desta saúde e tratar o povo com mais humanidade”. A nova diretora ouviu e orientou aos mesmos o que poderia ser resolvido, sem a interferência da política partidária.

Imaginemos, se cada agente público encaminhasse um doente e o mesmo fosse atendido segundo a sua vontade? Aí viraria uma bagunça. Furar fila não é uma pratica republicana.

Mas voltemos ao passado: em 27 de novembro de 2002, portanto há 21 anos, consta num relatório da Comissão Municipal de Saúde de Cajazeiras: “Poça de sangue e varal de roupa” e neste mesmo documento são narrados os mesmos problemas de hoje: “interferência política nos atendimentos”.

Este velho nosocômio jamais deixará de ser uma grande paixão dos políticos. Este fato é ruim ou é bom para quem precisa dele?

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