Geraldo Brandão

Um dos “cajazeirados” bastante influente foi o cidadão Geraldo Ferreira Brandão. Eu o conheci no início dos anos 60, quando retornei a Cajazeiras para “fazer rádio” e exercer minhas atividades de professor junto aos estabelecimentos de ensino – Colégio Diocesano Padre Rolim e Colégio Nossa Senhora de Lourdes, conhecido na época como Colégio das Doroteias e/ou Colégio das Freiras.

Foi nessa época que nos aproximamos, Geraldo e eu, creio que em função de sua admiração pelas ondas sonoras da Difusora Rádio Cajazeiras.

Ele nasceu em Tauá-CE, mas, logo cedo, foi morar São Gonçalo, com os pais, José Ferreira Brandão e Joana Batista Pinheiro, conhecida como Dona Batista, senhora que primava na pequena comunidade distrital como pessoa distinta, generosa, sendo por isso respeitada e estimada por quantos a conheciam.

Geraldo cursou o antigo Primário naquela localidade e, certamente, herdou da mãe esse lado amistoso de viver, fazendo-se reconhecer, posteriormente, em toda a Cajazeiras, como pessoa amigável e benfazeja, participando de movimentos sociais e festivos.

O seu nobre ofício de mecânico, ele o adquiriu na Capital Cearense aonde foi para ingressar no SENAI, aperfeiçoando-se em Mecânica automobilística.

Ramificou-se em Cajazeiras no ano de 1959, passando a prestar os seus serviços, como mecânico autorizado pela fábrica paulista da Volkswagen, junto à empresa Costa & Assis, concessionária da famosa marca alemã, firma então localizada na Rua Juvêncio Carneiro e que ocupava meio quarteirão, com fundos para a Rua Padre Manuel Mariano.

Ao deixar a oficina, resolveu alçar voos mais altos, montando, no ano 1962,  uma das primeiras lojas de autopeças da cidade, a Brandão Auto Peças (sic – grafia da época), ali mesmo nas proximidades da firma em que trabalhava. Pela sua experiência no ramo automobilístico, Geraldo prosperou e alcançou prestígio, fazendo uma clientela espalhada por toda a região.

Realizado economicamente, Geraldo desempenhou papel importante em movimentos festivos e sociais, tomando parte ativa junto ao antigo e querido Clube 1º de Maio.  Decepções, certamente, não as teve muitas, mas costumava dizer que a política não o embevecia, pois nunca admitia promessas de cunho político. Tanto é que afirmava considerar uma utopia a transposição das águas do rio São Francisco para os sertões nordestinos e, já naquele tempo, dizia que “o flagelo do Brasil é a corrupção generalizada dos grandes políticos”.

Ao que me consta, alguns dos familiares de Geraldo Brandão ainda residem em Cajazeiras e, ao que sei, tocando a firma de peças automobilística em frente.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Publicações relacionadas
Total
0
Share