Épocas cênicas: ‘ser ou não ser’ em Cajazeiras

CHICO CARDOSO

Inquestionavelmente, as artes cênicas no Alto Sertão paraibano sempre foram centralizadas nas cidades de Cajazeiras, Sousa e São João do Rio do Peixe. Por isso, não se pode falar de teatro, nessa região, sem buscar os grandes grupos teatrais das cidades mencionadas.

“Terra que ensinou a Paraíba a ler”, sempre teve maiores incentivos nesse campo artístico. Na década de 1930, o Colégio Salesiano abriu as portas para receber os apaixonados pelo teatro.

O primeiro grupo foi chamado de Os Romeiros do Futuro. Certamente, esse grupo teve a influência do espírito religioso que reina na cidade. O primeiro coordenador teatral de Cajazeiras foi Hildebrando Assis, que imperou na direção do movimento por vários anos. Com a sua mudança para outros centros maiores, assumiu o comando a famosa artista Íracles Pires, que veio do Rio de Janeiro com cursos a aprimoramentos nas artes de Gil Vicente. Nesse período foi criado o Teatro de Amadores de Cajazeiras (TAC).

Em seguida, surgiram novos grupos, o Metac e o Grutac, que tiveram participações importantes na formação de atores para o futuro.

O TAC viveu o momento especial na década de 1970, formando um tripé famoso com o Teatro de Amadores de Sousa (TAS), sob a coordenação de Chico Cardoso e o Teatro de Amadores Navarrense (TAN), dirigido por Wergniaud Alexandre.

Na verdade, o teatro nunca deixou de ser grandioso em Cajazeiras. Com a morte de Íracles Pires, novas lideranças nasceram na cidade, formando atores famosos como: Laci Nogueira, Ju Coelho, Auxiliadora Braga, Ubiratan de Assis, Jocélio Amaro, Gutemberg Cardoso, Eliézer Rolim, Soia Lira, Marcélia Cartaxo, Geraldo Ludgero, Aguinaldo Cardoso, Beethoven Dantas, Silvia Siqueira, Rosângela Alencar, para citar apenas estes.

Os três grupos teatrais do Alto Sertão – TAC, TAS e TAN – já não fazem mais montagens de peças teatrais, mas são nomes sempre lembrados para qualquer movimentação na região, pois fizeram história e mantém nomes destacados no Brasil inteiro, participando dessa arte tão culta.

CHICO CARDOSO É JORNALISTA, RADIALISTA E TEATRÓLOGO

ESPECIAL PARA O CORREIO DAS ARTES – ANO LXIV – Nº 7 – SETEMBRO/2013

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Publicações relacionadas
CLIQUE E LEIA

Entrega

Aprenda a entregar um pouco das coisas que a vida nos oferece, para os que nos rodeiam e…
CLIQUE E LEIA

O vexame

O que vem a ser um vexame? É um comportamento que contraria os padrões da normalidade, algo que…
Total
0
Share