Círculo Operário dos Trabalhadores e Grêmio Artístico Cajazeirense

As entidades eram voltadas para o lazer, organização e qualificação dos trabalhadores da cidade. A fundação das duas instituições em Cajazeiras, possibilitou o acesso dos trabalhadores da época, a um melhor aprendizado sobre o trabalho e a sua importância para sociedade. Os ideais trabalhistas debatidos e discutidos nos encontros, que aconteciam nas dependências das duas instituições, visavam organizar os trabalhadores em suas diversas categorias, discriminadas nas funções de alfaiates, carpinteiros, mestres de obras, guarda-livros, entre outras, com o intuito de reivindicar melhorias, como o fechamento do comercio aos domingos. Essas ações que regularmente eram concatenadas em conjunto com a Associação dos Trabalhadores do Comércio. O Círculo Operário dos Trabalhadores Cristãos iniciou suas atividades em 31 de maio de 1925, o Grêmio Artístico Cajazeirense no dia 05 de junho do mesmo ano.

O Grêmio Artístico, era uma entidade que agregava artesãos, artistas e similares, fundada por Mestre Enéas, um alfaiate a frente do seu tempo, dotado dos ideais socialistas. Ainda com relação ao Grêmio Artístico, Silvia Filho (1999), expõe que umas das principais preocupações do sodalício era preservar o bem estar das famílias dos trabalhadores, fornecendo educação ao trabalhador e sua família, bem como, a tomada de medidas assistências de ajuda financeira no caso de doenças.

Por sua vez, o Círculo Operário, era uma organização de trabalhadores voltada para a orientação do catolicismo, agregava aqueles trabalhados excluídas das demais associações classistas existentes na cidade. A entidade tinha o Bispo Diocesano, D. Moisés Coelho, como um dos principais simpatizantes. As atividades implementadas pelo Círculo Operário, eram repletas de doutrinamento católico, visando sempre manter no seu associado um comportamento social diferenciado, longe dos vícios, afastando-os dos costumes comuns, em suma o objetivo principal era afastar o trabalhador de Cajazeiras da preocupante estatística de analfabetismo que assolava a população sertaneja, além de distanciar o trabalhador dos ideais socialistas já em evidência na época.

Embora as cartas de intenções do Grêmio Artístico e do Círculo Operário fossem diferentes, na prática, as atividades das duas instituições eram as mesmas, com poucas diferenças. O Círculo Operário era uma especie de Sesc hoje, encarregado modo geral de fazer a promoção social do trabalhador. Enquanto que para o Grêmio Artístico, atribuía-se a função que tem o Senac atual, de aperfeiçoador e qualificador da mão de obra comercial, através da promoção de cursos e similares, mas sempre fundamentadas nos preceitos católico-cristão e na ajuda humanitária-assistencialista, integrando seus associados nas discussões políticas e sociais da cidade, que em sua maioria eram geradas a partir das ações humanitárias, presentes nas duas instituições, principalmente no Círculo Operário.

Referência:

Severino Cabral Filho, A trajetória da Panificação em Cajazeiras.

Josier Ferreira da Silva, O Círculo Operário de Barbalha como expressão do catolicismo social na educação e na cultura.

CLEUDIMAR FERREIRA PARA O BLOG ‘CAJAZEIRAS DE AMOR’

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