Mais uma vez, perdoem-me os meus leitores, permitindo-me que eu enverede um por caminho absolutamente pessoal, doméstico e familiar. É que, nesta semana, a família comemorou a passagem de mais um natalício, associando-se às homenagens ao meu mais antigo remanescente familiar, o querido primo pelo lado paterno Francisco Soares, o mui popular e querido Chico de Aninha.
Da imponência dos seus 94 anos, o meu amigo do peito é quase um responsório da memória vida das lembranças da família Soares.
Ele sempre viveu no abençoado sítio Riacho Fundo, no meio do caminho entre Cajazeiras e Boqueirão (Engenheiro Ávidos).
Ligado que era à minha família, sempre vinha, quando a idade lhe permitia, à nossa cidade, sempre prestativo em servir ao meu saudoso pai, ao meu irmão Chico Soares, e – por que não? –, ao meu cunhado Juarez Perez, esposo de minha irmã mais idosa (Leonízia), que costumava dar-lhe algum trabalho nos negócios sabatinos de uma pequena mercearia. Tudo sem falar no seu apego à boleia de um caminhão velho, daí advindo a “respeitosa” alcunha de Chico Carro Véi. Quantas saudades, eu como ele, devemos ter dessas saudosas décadas passadas.
Mas o seu habitat era mesmo, como o é ainda hoje, o Riacho Fundo, berço tradicional de nossa família. É ali que ele se sente o “dono” do que é seu, rodeado de filhos e netos a lhe prestarem todas as atenções, afora os parentes que vivem longe e que, sempre quando vão a Cajazeiras, fazem questão de visitá-lo para escutar suas reminiscências familiares, fazendo-nos retornar, emocionalmente, aos dias de nossa infância no querido sítio.
Que o Senhor do Universo conserve entre nós, ainda por muito tempo, o primo Chico de Aninha, para que ele ainda nos possa fazer, através de sua prosa lúcida, buscarmos no passado as boas lembranças que alentam os nossos caminhos.
Parabéns, Chico! Nós o respeitamos e lhe queremos muito bem, sobretudo pelo lado humano e respeitoso de quem foi pouco à escola (apenas dois meses), mas que aprendeu a nos transmitir sábias lições de vida.
