A testemunha viva de um passado glorioso

Na missa dominical, tive o prazer de me encontrar com uma das figuras mais emblemáticas de nossa comunidade, que depois de um período em João Pessoa, e de estar cuidando de seu rebanho, que nunca é pouco lembrar, contemplou nossa região com um primeiro lugar na exposição de Uberaba, o famoso “Boi Moreira, “que tinha méritos para constar no livro de Moreira Lustosa sobre a família ( a gente só brinca com os amigos, os indiferentes a  e gente ignora solenemente) esse titâ de nossa História, que aos noventa e tantos anos, ainda conserva o frescor da juventude, o empresário José Cavalcanti da Silva, que junto com João e Valdecir Claudino, foram os maiores self made men, que nossa cidade já constituiu. Elegante, educadíssimo, ao lado da esposa Ildinete, veio à missa dominical, como de hábito. Conversamos rapidamente. Mas o que eu gostaria de colocar nesse trabalho, era o fato de que um cidadão que das origens humildes, veio num crescente extraordinário e conseguiu formar um, digamos com um pouco de exagero; “ïmpério” aqui em Cajazeiras, que se espalhou para toda a região, e chegou à capital de nosso estado. Hoje parcialmente comandado pelos descendentes, mas mantendo o respeito que merece esse senhor que tantas coisas conseguiu produzir, utilizando as táticas comerciais de modo empírico e com uma objetividade admirável.

Agora José Cavalcanti não era o único que tinha essas habilidades, ele conviveu ainda com alguns ícones de nossa história, como meu tio afim Severino Cordeiro, com Zé e Tota Assis, e com os Claudinos, desde seu Joca, Passando por João e Valdecir, Chico Rolim, que tinha um comércio bastante desenvolvido até ser mordido pela mosca azul da política, Seu Leitão da Pernambucana, que em cima da loja montou um escritório de contabilidade, que formou muitos e bons contadores para nossa região, Antônio Rolim e Leopoldo Pinheiro da Lira Pinheiro  (Chavrolet) entre outros . Cavalcanti  Começou com a Willis Overland, que foi encampada pela Ford, e quando eu me casei, ele e sua esposa vieram nos visitar com a notícia de que tinam conseguido a concessão da Honda. Falo mais ou menos, “agora o povo menos abonado vai poder andar motorizado”, isso há 40 anos atrás, o que se cumpriu à risca. Posteriormente entrou para o setor da radiodifusão, e outros nos quais foi igualmente bem sucedido.

Depois, como todo comércio sói acontecer, Cajazeiras ficou muito pequena para Cavalcanti, e ele colocou várias filiais, inclusive a nossa capital, sendo até hoje o maior distribuidor de motocicletas da região. Recentemente aconteceu o inesperado, a Ford fechou sua fábrica no Brasil, assim se pode dizer, a Ford quebrou, mas Cavalcanti e Primo, não. E ele hoje é testemunha viva de uma época em que Cajazeiras não andava de chapéu na mão atrás de migalhas, mas falava grosso, e era atendida, Abastecimento d’água, foi formada uma comissão e foram para Campina Grande e conseguiram com João Goulart serem atendidos, destaco Dr. Abdiel Rolim e Dr. Sabino Rolim Guimarães. Senador da República, tínhamos: Dr. Otacílio Jurema. Hoje o “baixo clero” e o “não clero” dão as cartas. E fica a saudade que tive o prazer de matar, revendo esse nosso ícone vivo, que é José Cavalcanti da Silva, que honraria qualquer cidade em que vivesse.

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