O Brasil quer paz

Não me recordo de ter assistido uma disputa eleitoral para presidente da república com tanta violência. Adversários políticos não eram tratados como inimigos. O lado que prega o discurso do ódio e da intolerância às divergências conseguiu inclusive plantar clima de animosidade entre familiares. O fanatismo da extrema direita desrespeita os princípios de civilidade e ataca afrontosamente a ordem democrática no país.

Impossível manter um diálogo amistoso com os seus apaixonados seguidores. Uma minoria que não se constrange em jogar lenha na fogueira, estimulando os conflitos entre compatriotas. O brasileiro que sempre foi considerado um povo pacato e cordial, lamentavelmente tem uma boa parte da sociedade intoxicada por essa retórica da violência. A campanha armamentista do chefe da nação contribui para que esse espírito beligerante se revele entre muita gente que até pouco tempo era considerado um pessoal cordato e pacífico.

Não é difícil perceber de qual lado está a produção de falas agressivas e práticas de violência. Prevalece a lógica de que “é preciso dividir para reinar”, jogando uns contra os outros. A sociedade organizada precisa reagir diante desse quadro de estímulo à desarmonia e a instalação de um ambiente de beligerância entre patrícios. A paz só será construída respeitando as diversidades, sejam elas políticas ou sociais.

É preocupante e assustador ver o primeiro mandatário da nação dizer, sem o menor constrangimento, de que “com flores não se ganha guerra. Se querem paz, se preparem para a guerra”. Que guerra ele se referia na oportunidade em que proferia esse discurso, quando homenageava atletas militares que conquistaram medalhas nas Olimpíadas de Tóquio? Uma guerra civil?

Por isso não se constituiu surpresa o comportamento do ex-deputado federal Roberto Jefferson ontem ao resistir à ordem judicial de revogação da sua prisão domiciliar. Recebeu à bala e arremesso de granadas os policiais que estavam cumprindo a determinação da justiça. O extremismo da direita radical é alimentado por exemplos que vêm de cima. É um lamentável fenômeno de regressão da democracia. E o que é mais grave é a apresentação da retórica da violência, usando o nome de Deus, contrariando os fundamentos do que pregava Cristo.

No próximo domingo teremos a oportunidade de dar um basta nisso, e evitar que a violência se espalhe pela sociedade brasileira. Antes que seja tarde. O Brasil quer a volta da paz. O discurso do ódio está antecedendo ao império das balas. Estamos diante de uma baderna orquestrada. Manifestemos nas urnas o compromisso pela PAZ.

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