A sucessão municipal e um passeio pelo passado

Estamos há mais de um ano e quatro meses das eleições municipais: mas até que essas aconteçam, vai ser o principal assunto de nossa cidade, acrescido pelo fato de nessa eleição, ao contrário da que recentemente se passou, os candidatos são pessoas que vemos no nosso dia a dia, que nos sentamos nos bares e conversamos muitas vezes com eles. E mesmo que qualquer pessoa que tenha um mínimo de comprometimento com algum projeto mais elevado ou consequente, vai falar todo esse tempo sobre essa eleição.

Já despontam pré-candidatos. Em nossa cidade, como de resto em todas as nossas cidades do interior e em muito menor grau nas cidades maiores, aparecem nomes de possíveis postulantes; aqui no Nordeste, que os “povos meridionais” de nosso país, dizem que não sabem votar, não só sabem, e sabem muito bem: como tem seu voto como mercadoria, passam todo esse período pré-eleitoral, tentando mercadejar seu voto, alguns, como tivessem um “balaio” deles, tentam vender por várias vezes, mas não é a regra absoluta; é mais a tática de certos espertalhões, que os candidatos experientes a postos paroquiais sanem quem são como também como lidar como esse tipo de tática.

O velho Zé Gadelha, de Sousa, terra em que se faz politica desde que se usa fraldas, me disse que “política é coisa para rico besta e pobre esperto”, resta saber o que ele, um famoso rico esperto, nunca deixou a política…

Mas voltando para nossa paróquia: já se para a sucessão de Zé Aldemir, pela oposição, o nome de Lea Silva (que conhece todos os votos de nossa cidade e para onde eles vão) , e Marquinhos Campos, que com o apoio de Chico Mendes e de Jeová Campos, apesar do fraco desempenho na campanha passada é inegável ter uma forte sustentação  em termos de Estado e um suporte financeiro; enquanto do outro lado, temos até o momento, o nome de Pablo Leitão, médico de família de renome, com bastante serviços prestados, e a novidade das novidades, “Neguim do Modrian”, que vem como Secretário de Infraestrutura, realizando uma gestão de um dinamismo surpreendente. Pelas preliminares, deve ser um pleito interessante…

Mas de tempos em tempos, surge em nossa cidade um nome que consegue “galvanizar “nossa população. Eu que já estou mais perto dos setenta, presenciei alguns momentos  desses: quando criança, vi as passeatas de Raimundo Ferreira, e me empolgava com elas, me surpreendi com sua derrota. Depois veio Bosco Barreto, que mesmo minha família fazendo oposição a ele, eu mesmo ia e me deliciava com seus famosos discursos (“Minhas irmãs!! Meus irmãozinhos também!!) e a massa delirante,  genuflexa aos seus poderes de oratória, obedeceria a qualquer comando de Bosco Barreto, que quase é eleito prefeito e teve uma votação consagradora para deputado na outra eleição pra Deputado Estadual.

Depois de Bosco, que perdeu seu prestígio por suas contradições e alcoolismo, apareceu outro político que apresentou as mesmas características de liderança e carisma: Dr. Vituriano de Abreu, muito apropriadamente cognominado de “Leão”, e assim o era, pela coragem de expor seus pontos de vista que também reunia multidões de seguidores, foi mais bem sucedido que Bosco, conseguiu chegar à Prefeitura, e eleger seu sucessor, Zerinho, que antes de ser seu vice, era uma figura quase inexpressiva em nossa política, apesar de ser uma das pessoas mais amáveis que essa terra já conheceu (como seu vizinho por quase trinta anos, sou suspeito para falar).

Depois de Vituriano, veio a figura mais complexa que essa terra já conheceu: Dr. Carlos Antônio Simão de Oliveira; Com o slogan “Cajazeiras meu amor, Cajazeiras minha paixão”, conseguiu a maior maioria em termos de votos de toda a nossa história 4.427 votos de maioria, sobre o Leão, fez uma primeira administração impressionante, que ainda conseguiu se reeleger, não elegeu o sucessor, mas fez da esposa a única prefeita da nossa história,  Mas por causa de muitos problemas e processos, foi se afastando de nosso mundo político, enquanto por influência de seu filho, faz sucesso na Medicina.

Será que vai aparecer outro nome de liderança e carisma na nossa política? Já se passaram 20 anos. Temos longos 16 meses para ver o que acontece. Acho que é o tempo de nossa política paroquial ser “chacoalhada”; Por que não?

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