A morte em vida

Caros leitores. Há poucos dias tive um encontro que me deixou muito triste; encontrei-me com Arnaldo Lima, que está acometido dessa doença terrível e vergonhosa não para ele, mas para nós que somos seus amigos e queremos o seu bem, o tal do “mal de Alzheimer”, eu que o conheço há décadas, e a primeira vez que me lembro foi quando estavamos no Hygino e queriamos jogar, mas com tinhamos apenas tênis, tivemos que arrumar umas chuteiras emprestadas e depois juntar nossas economias para comprar nossas chuteiras e assim podermos jogar o “futebol de poeira”, depois, na campanha de 72, ele e outro acometido da mesma doença degenerativa, Carlos Wagner, que todo mundo conheçe como “Ferreirinha” eram os locutores do carro de comando, uma rural que animava os comícios de Dr. Gineto e com a sua impugnação, de Quirino a prefeito.

E o resto é história: sua carreira na Rádio, sua participação política, o fato de termos casado com duas primas, sempre Arnaldo foi um canal onde eu garimpava alguma novidade em termos de política, tanto local, como estadual, que ele com seu senso de oportunidade sempre soube aproveitar os espaços que apareceram, e sempre foi generoso com os amigos, “entre outras cousas” que não posso citar.

Pois bem nesse último encontro, ele me chamou duas vezes de Júnior; e tive notícia que ele chamou o Prof. José Antônio de Chico Araújo. Uma tristeza, que rememora o que passamos quando dessa doença que acometeu meu pai, que não sabia meu nome nem o de minha irmã, nem minha tia Áricles de Goiânia, irmã de minha mãe, com quase todas as suas qualidades, que eu a visitava com frequência: ela, uma senhora extremamente considerada na sociedade de Goiânia, quando da última vez que a fui visitar ela perguntava por seu pai e por sua mãe, todos os dois falecidos há décadas.

O mesmo está acontecendo com outros amigos de muito tempo como Eduardo Jorge César Guedes, Nilmar Holanda e com o jornalista de Brasília, Marcone Formiga, somente para citar alguns.

Com relação à política nacional, temos a lamentar que esse mal acometeu Marco Maciel, e com esse esquecimento, perdeu-se uma parte importante de nossa História Nacional, ele que foi um dos protagonistas desde o período militar até ser o vice de Fernando Henrique, e muita coisa interessante haveria de aparecer em suas memórias que nunca foram escritas.

Espero que esse Doutor não venha a me tratar antes que eu consiga escrever minhas memórias, o que vou começar assim que publicar o livro de minha mãe, que é a tarefa mais importante para mim nesse momento.

Renovo os votos de um ano novo repleto de paz, saúde e realizações o para todos, em especial aqueles que tem a paciência de ler essas bobagens que eu escrevo.

P.S. – Infelizmente tenho a lamentar os pavorosos incidentes acontecidos em Brasília, onde uma minoria tenta mostrar ao mundo que ao invés de um país sério, o Brasil é uma republiqueta acéfala, aquilo ultrapassou tudo o que de pior se poderia esperar, e se vilipendiou os três  poderes de nossa nação-continente. Absolutamente inacreditável, que deve ser reprimido de uma forma que sirva de exemplo para nunca mais venha acontecer em nossa nação, que foi ferida de forma muito séria, tudo dentro dos ditames da lei e da justiça, mas de forma severa e exemplar, não somos um pais de desordeiros. Isso mancha nossa imagem como nação civilizada. Tenho dito.

S.P.

1 comentário
  1. Enquanto o amigo subscrever afetivo texto enxuto, condigno à pátina que tanto tem esmaecido a pro ativa memória de amigos comuns. Há um misto de resignação e contida alegria em nos por ao par do cotidiano sob a sombra de frondosa Cajazeiras diocesana, cujos báculo mitra e turibulo se dissipa nos ares adistância das crenças se esvola. Nessa forania N S dos Milagres, me condoe testemunhar a ausência do caminhão-cegonheiro, Eduardo Dias Fernandes Filho, meu irmão mais velho, em queda-de-braço com este velho alemão sem-vergonha quer levar todos de nossa geração a fazer incontinência urinária na cama. Vôte. Vade de Retro, sênior Demência, a todo instante ferroado por hipotéticas teuta formigas-pretas. Tens mais o que editar, prospecto em organizar, parte ou todo da obra dramatúrgica de sua matriarca, Iracles Pires Brócolis, nuestra Aurato sertaneja. Faça-me o obséquio de botar essa fila pra andar, dentre potenciais leitores avulsos, entremeio, os últimos laivos de lucidez que à Índia réstias, ensejo à Essa – Meia duzia de três por quatro – nesse varejo. Aguardo confirmado valor do exemplar. Saiba que a editora Arribação já disponhe do meu endereço físico nesta remida Comarca de seixo tartamuda. Vôo ali, ih volto já. A incontinência urinária que nos aguarda. Mais maracujina, hás de tomar. Meu abraço, Camarada Pêpe Escobar. Subscrevo-me: Arauto do Sertão/ ator Edilson PRESS. Evoé.

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