A gravidade da denúncia de Pepé Pires

O engenheiro mecânico Saulo Péricles Pires Ferreira, conhecido carinhosamente como Pepé Pires, filho do renomado casal cajazeirense Valdemar Pires Ferreira e Íracles Brocos Pires Ferreira (in memoriam), membro da Acal – Academia Cajazeirense de Artes e Letras, em artigo publicado na última edição do Gazeta (1.317), na página C2, com o título: “De volta para o inferno”, fez uma gravíssima denúncia: “invadiram minha casa e me retiveram em cárcere privado por um mês e meio sem que ninguém da minha família soubesse onde e como eu estava”. E prossegue: “tive que vender um imóvel e pagar a estadia como se eu estivesse me internado em um hotel de alto padrão”.

Não imaginemos que este artigo de Pepé Pires seja uma obra de ficção, mas o fato é que ele realmente desapareceu do convívio de seus amigos e confrades da Acal. Ainda no texto ele diz: “somente quando meu advogado conseguiu convencer a minha família da gravidade dessa situação e que ia se agravando com o tempo (a conta aumentando) é que eu fui libertado, depois de pagar uma soma vultosa aos meus captores”.

Pepé diz que é um auto-exilado de sua terra que tanto quer bem e que tem medo de retornar pra ela, porque ele estaria vendo em todos os “lugares um seqüestrador”.

Nosso confrade Pepé é mais uma vítima dos traficantes de droga e diante deste importante e corajoso depoimento, da sua própria lavra e tornado público, seria muito positivo se as autoridades investigassem este caso com mais profundidade para por os autores deste sequestro atrás das grades. Imagino se sua mãe, Ica Pires, estivesse viva e com sua extraordinária capacidade de combate e luta, já teria denunciado aos quatro cantos do Brasil este crime, bem como Acal, esta importante instituição que representa uma parcela da sociedade civil organizada, do qual ele faz parte, poderia também iniciar um movimento em defesa de seu sócio.

Enquanto Pepé proclama o seu auto-exílio, o Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu nesta quarta-feira, 6, o julgamento que trata da descriminalização da maconha após o ministro Dias Toffoli pedir vista (mais tempo para análise). Com essa decisão, o placar fica paralisado em 5 a 3 para descriminalizar o porte da droga para consumo próprio.

Sinto muita tristeza em ver que o STF se inclina para descriminalizar o porte de droga. Qual mãe que desejaria ver um filho ingressar no mundo das drogas ou como Pepé afirma “nas entranhas do inferno”?

Tenho lido nos sites que Cajazeiras teria 120 pontos de vendas drogas e isto nos leva ao doloroso lamento: “chora minha Pátria Mãe querida”.

Pepé, você diz que está “de volta ao inferno”, agora seja bem-vindo aos céus nublados do sertão e da terra com cheiro de chuva.

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