A favela venceu

Sempre, no nosso cancioneiro, se louvou a  “alma lírica dos morros cariocas”. Muitas canções foram compostas com muito sucesso, como “a Ave Maria do Morro”, do cearense Erivelto Martins se não me falha a memória, depois vaio o mote “O morro não tem vez”, e por aí vai, mas percebem caros leitores, que nem se lembram quando escrevi pela última vez para o nosso Gazeta, o grande Carlos Cachaça se lamentava que seu maior sucesso havia sido uma mentira: Se chora muito e há tristeza à vontade disse ele numa entrevista. O fato de se morar “pertinho do céu”, havia de se subir uma ladeira muito íngreme, que a sociedade da cidade achava bonito. Até que um dia, Ney Matogrosso falou da guerra entre o morro e o asfalto. O morro desceu, mas não para encantar turista com o rebolado das cabrochas, mas armado até os dentes para recolher o que há anos lhe tinha sido negado e a sociedade de “homens de bem”, ficou, como está até hoje estarrecida.

Não tem emprego? Vamos traficar drogas! Não tem dinheiro: vamos roubar e assaltar os “mauricinhos” e as “patricinhas”, não tem tênis de marca? Eles têm vamos toma-los. Mas ainda assim nossa orgulhosa Cidade Maravilhosa fingiu que nada estava acontecendo; ficou trancada nos seus apartamentos reforçaram as trancas (eu quando fui visitar minha tia em Ipanema ela tinha quatro trancas em cada porta); contrataram seguranças, e recorreram a estratagemas para esconder a situação de opulência; um dos mais homens mais ricos do Rio usava um carro com a placa de taxi com um taxímetro e outras coisas mais. Os morros foram dominados elos traficantes; e então surgiu outra vertente desse submundo, as milícias, tão criminosas quanto os traficantes. E depois de um começo de guerra entre drupos rivais, eles já estabeleceram seus limites, que é uma das causas de o numero de homicídios ter diminuído.

Nessa Guerra, temos que concordar com o que Dra. Denise Frossard declarou: “”depois de mais de vinte anos prendendo bicheiros e traficantes, temos que chegar a uma única constatação: o modo de tratar esses crimes/criminosos está equivocado. Temos que mudar o enfrentamento desses temas, incluindo inclusive a descriminalização”.

Basta de varrer para debaixo do tapete esses problemas. Temos que admitir: o crime organizado é mais organizado do que nosso estado, corrupto e fisiológico, que criou essa tremenda desigualdade social.

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