O brilho de Francelino Soares

FRANCELINO SOARES DE SOUZA
* Cajazeiras (PB), 18/02

Francelino Soares nasceu em Cajazeiras. Filho do conhecido mestre de obras José Soares de Souza, este referência na área da construção civil, tendo participado ativamente da construção de alguns prédios públicos e residenciais da cidade, a partir dos anos 40, destacando-se, entre suas obras, a torre da Catedral, o Seminário Diocesano, reforma e manutenção dos colégios Padre Rolim e N.S.de Lourdes, Convento das Carmelitas, entre muitos outros. Nesta área, o mestre José Soares era considerado o braço direito de Dom Luís Mousinho, de Dom Zacarias Rolim de Moura, do Padre Vicente de Freitas e do senhor Antônio Arcanjo de Albuquerque, o seu Arcanjo.

O professor Francelino, cursou o Seminário Arquidiocesano da Paraíba, durante a década de 50, tendo abandonado aquele mister para se dedicar, desde 1957, à sua atividade atual – o magistério. Sua vida profissional iniciou-se nos Colégios Diocesano e N.S. de Lourdes de Cajazeiras e, posteriormente, no Seminário Diocesano e Colégio Estadual. Naqueles, lecionou as cadeiras de Língua Portuguesa, Língua Latina e Língua Francesa, tendo tido, entre os seus alunos, muitos dos profissionais que atuam em suas respectivas atividades na Paraíba, entre os quais o nosso diretor José Antônio de Albuquerque, reconhecido pelo professor como um dos grandes historiadores modernos.

Aqui, também, participou ativamente da criação de nossas duas principais emissoras – Difusora Rádio Cajazeiras e Rádio Alto Piranhas -, fundadas ambas na década de 60, marcando o pioneirismo radiofônico de nossa região. Em ambas as emissoras, desempenhou a função de primeiro Diretor Artístico e de Produção, tendo apresentado, na época, alguns programas de grande audiência, inclusive em Estados vizinhos – Ceará, R.G.Norte, Pernambuco e Maranhão -, onde as nossas ondas radiofônicas eram captadas, em suas faixas de AM. Para citar alguns desses programas, marcaram época: Os Brotos Comandam – no auge da Jovem Guarda-; Vivendo com a Cidade, crônica social da semana; Volta ao Mundo em Oito Discos – na noite dos domingos -; Enquanto a Cidade Dorme, programa já com cerca de mais de quatro décadas no ar e, hoje, sábia e profissionalmente, comandado pelo contemporâneo Rubens Farias. Destaque especial para a criação dos Departamentos de Notícias de ambas as emissoras, onde “copydescava” notícias para os famosos “Repórter Carvatra” para a DRC e do Correspondente Willys, para a Alto Piranhas, ambos apresentados, em épocas diversas, pelo saudoso Zenildo Alcântara e por Antônio Augusto de Albuquerque, o conhecido “Pingüim”. Nessa época, foram seus colegas de microfone: o já citado Zenildo, bom locutor esportivo; Carlos Lima Maílson da Nóbrega, bom comentarista social e noticiarista; Pedro Pio Chaves; Aragão Júnior – quem não se lembra de “No Terreiro da Fazenda”, campeão de audiência no horário das 17 horas? -; Paulo Saraiva, apresentador de programas de auditório; Íracles Brocos Pires, comentarista de artes; Gildete Sobreira Rolim, colunista social – assinava-se Ildegil -; Lacy Nogueira; Maria José Lima; José Nogueira, especialista na parte dos contratos comerciais; os irmãos Walmir, Wilmar e Jussiê Lima; Otavino Alves de Sousa, Chico Cartaxo, entre muitos outros.

Da época do início da radiofonia cajazeirense, não se pode esquecer dos baluartes da criação: Mozart de Souza Assis e José Adelgides Bastos, do lado da DRC, e Mons. Vicente e Dom Zacarias, do lado da Alto Piranhas.  Voltando ao magistério. Ao sair, definitivamente, de Cajazeiras, o professor Francelino engajou-se nesta área de atividades, passando a lecionar na UFPB – cadeiras de Língua Portuguesa, Introdução à Lingüística, Língua e Literatura Latina, porém nunca deixando de lecionar em estabelecimentos oficiais e/ou particulares, tendo catalogados, na contracapa de sua gramática Português Prático, cerca de quarenta estabelecimentos em que lecionou. A propósito, a sua obra máxima, Português Prático, terá a sua 3ª. e definitiva edição lançada no próximo semestre, já dentro da atualização ortográfica, prevista pelo Novo Acordo Ortográfico, em vigor a partir de 1º. de janeiro do corrente ano.

Reside em João Pessoa e continua em plena atividade, fazendo o de que mais gosta: lecionar. Sua esposa também é da área – ensinou na UFPB, de onde é aposentada, tendo também residido em Cajazeiras de 1965 a 1967, lecionando, aqui, em vários estabelecimentos públicos e privados.

Sua prole: cinco filhos homens, o mais velho dos quais aqui nasceu: Aleksándros, hoje funcionário do Supremo Tribunal Federal-PE e professor de Química, área de petróleo, na Universidade Federal de Pernambuco; Oliver pegou a mania do pai: é proprietário da “Oliver Discos”, loja que, apesar da pirataria reinante, é referência em música de qualidade e importada em todo o Nordeste; Omar Khayam, funcionário do TRT-13ª. Região e proprietário do “Show de Mágicas”, sua atividade-lazer de finais de semana; Francelino Segundo, com atuação na área de computação na Prefeitura Municipal do Recife e Erick France, recém nomeado, através de concurso, para a UFPB, com atividades nas cadeiras de Língua e Literatura Latina e Grega. Já com mestrado na área, pretende cursar o doutorado em Grego na Alemanha.

Concluindo, o hobby” doméstico e de lazer do professor Francelino é, como em outros tempos, a música: possui, hoje, cerca de 32 mil CDs e oito mil DVDs, todos originais, muitos deles importados, e contendo somente músicas e musicais de primeira qualidade.

É membro efetivo fundador e secretário da Academia Cajazeirense de Artes e Letras (Acal), ocupando a cadeira nº, cujo patrono é Edme Tavares de Albuquerque.

COM INFORMAÇÕES DO GAZETA DO ALTO PIRANHAS

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