Mãe Aninha e a capelinha primitiva

Alguns anos depois de se estabelecer na fazenda de Cajazeiras, Mãe Aninha tomou a decisão de construir uma casa de orações. Ana disse então ao marido: “Eu vou fazer uma capelinha”. Segundo Padre Heliodoro Pires, “Cajazeiras era apenas a fazenda primitiva e sem conforto. D. Ana Francisca de Albuquerque chamou as escravas e começaram a fazer os tijolos. Ela mesmo preparava os tijolos com as próprias mãos. Fazia-os em fôrma de uma grade, cozendo-os ao forno”.

Em 1836, a façanha desta mulher, ao construir esta pequena capela, que veio a ser a catedral do bispado, com a posse no dia 29 de junho de 1915, do 1º bispo da Diocese de Cajazeiras, Dom Moisés Coelho, foi um dos fatores de desenvolvimento de Cajazeiras, que associada à fazenda e ao colégio formou-se o tripé para construção do progresso desta terra.

Através da Lei Provincial nº 5, de 29 de agosto de 1859, esta Capela, após reformas, foi elevada à categoria de Matriz e o 1º vigário foi o Padre José Tomaz de Albuquerque.

A Igreja Matriz que tinha como padroeira  Nossa Senhora da Piedade, a partir de 13 de janeiro de 1957, passa a ser denominada de Igreja Matriz de Nossa Senhora de Fátima, com a criação da Paróquia, através de Decreto assinado por Dom Zacarias Rolim de Moura, sendo o seu 1º vigário Monsenhor Abdon Pereira. No dia 20 de janeiro de 1957, a imagem de Nossa Senhora da Piedade foi transladada para a nova Catedral e a realização da posse do 1º vigário Padre Francisco Paulo Licarião.

A Catedral – Em 31 de janeiro de 1937, dia consagrado a Dom Bosco, foi lançada a Pedra Fundamental da construção da Catedral de Cajazeiras, solenidade presidida pelo Bispo Dom João da Mata. Devido a grandiosidade da construção, somente na década de 60 a majestosa catedral foi concluída. E cada vigário, neste período, que por ali passou deixou a sua marca, a exemplo de Vicente Freitas, Zacarias Rolim de Moura, José Loureiro, Solon Dantas de França, Luiz Gualberto de Andrade, Gervásio Fernandes Queiroga e Antonio Luís do Nascimento.

Um fato interessante com relação a Catedral, ainda hoje, algumas pessoas se referem a “Catedral de São João Bosco”. Isto talvez por influência dos padres salesianos que por muitos anos foram dirigentes do Colégio Salesiano Padre Rolim e foi no dia dedicado a São João Bosco que foi iniciada a sua construção. Para resolver esta questão, na época foi criada a Capela de Divinópolis e o Padroeiro daquele distrito é São João Bosco. Ainda, em 11 de abril de 1966,  foi criada uma outra Paróquia em Cajazeiras, tendo como patrono São João Bosco, cujo 1º vigário foi o saudoso Monsenhor Francisco de Assis Sitônio. Mesmo assim os “mais antigos” ainda chamam “Igreja de São João Bosco”.

Sagração da Catedral: Bodas de Prata – A solenidade da “Dedicação” ou “Consagração”,  que marcou a vida da Catedral de Cajazeiras,  realizada no dia 14 de setembro de 1978, presidida por Dom Zacarias Rolim de Moura e coadjuvado por Dom José Ramalho Alarcón e Santiago, então bispo da Diocese de Iguatu e tendo como mestre de cerimônia o Padre José Doth, atual Bispo de Iguatu, foi a mais importante da sua existência. Era vigário da Catedral o Padre Gervásio Fernandes Queiroga. Esta solenidade marcou também os 25 anos da ordenação episcopal de Dom Zacarias Rolim de Moura.

Para a igreja e seguindo os ditames do direito canônico existem três tipos de celebrações litúrgicas: as memórias, as festas e as solenidades e dentre elas a mais importante é a solenidade. Foi a partir de 14 de setembro de 1978 que a igreja catedral foi dedicada ao culto de Deus e em honra de Nossa Senhora da Piedade.

O mais belo templo católico do interior do Nordeste brasileiro é motivo de orgulho para todos os cajazeirenses e é o principal cartão postal da cidade.

GAZETA DO ALTO PIRANHAS – EDIÇÃO Nº 249 (19 a 25/09/2003)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Publicações relacionadas
Total
0
Share