Apareceu, pelos idos dos anos 1970, em Cajazeiras, um sujeito chamado Zé Magrim, que dizia ser filho da terra, metido a mágico e que há muito tempo estava ausente da cidade, por isso muitos não o conheciam.
Ansioso por mostrar as suas habilidades de mágico, procurou as rádios Alto Piranhas e Difusora Rádio Cajazeiras para divulgar um show preparado com grandes atrações e novidades no mundo da mágica. Escolhido o local: o primeiro andar do prédio da Ação Católica.
Na noite de estreia, Zé Magrim estava suando e nervoso de tanta expectativa. O auditório lotado à sua espera demonstrava grande ansiedade e expectativa pela apresentação do conterrâneo, aguardando as mágicas anunciadas para comprovar se ele era mágico de verdade.
Só que o espetáculo atrasa… As horas passam e nada do mágico surgir no palco. O que teria havido? O que aconteceu? Era o que se perguntava naquele momento…
O que ocorreu foi o seguinte: o Penetra Júnior escondeu os apetrechos do mágico, impossibilitando-o de realizar o espetáculo. Por essa ninguém esperava.
O tempo passa… A platéia impaciente, ansiosa pela apresentação que não acontecia, começa a se manifestar. Vaias, gritos e muita esculhambação são os protestos manifestados pelas pessoas que ali estavam.
Aí Zé Magrim, transtornado com a situação, quase chorando, surge no palco e suplica:
“Por favor, quem escondeu o meu material, me entregue para que eu possa realizar o meu show! Eu pelo pelo amor de Deus! Por favor, isso não pode acontecer comigo e nem vai ficar assim… Como é que pode um filho da terra ser humilhado, ser tratado dessa maneira?”
E se retirou do palco, cabisbaixo e arrasado, derrotado porque não conseguiu realizar o tão esperado show para os seus conterrâneos.
Foi a última vez que pisou na terrinha…
DO LIVRO ‘OS PENETRAS’, DE JOSÉ MIGUEL LEITE JÚNIOR