O porco, os ovos e o galo

Seu Ferreira, tinha uma frota de jumentos e muitas histórias em torno de si. Zé de Fransquin tinha uma bodega em frente a casa de Olivan Pereira, o Big Boy. De vez em quando os fregueses se juntavam para matar um porco no quintal da bodega.

Em certa ocasião, depois de muita conversa, por volta de meia-noite, os frequentadores da bodega inventaram de matar um porco. E como ninguém sabia direito como matar o porco, Seu Ferreira, por ser o mais velho, ficou com essa tarefa.

De repente, Seu Ferreira pegou uma faca, que mais parecia uma espada, e transpassou a barriga do animal, que não morreu e ficou uma fera.

O porco começou a correr e era gente subindo no muro, outros correndo, tudo pra escapar do porco enlouquecido com a faca-espada atravessada em sua barriga.

E Seu Ferreira, quase sem escapatória, pulou em cima do chiqueiro de galinhas, sentindo-se aliviado, pois escapava do porco que gritava enfurecido.

Só que Seu Ferreira, enquanto corria, tinha rasgado a calça na altura da virilha. Não percebeu que acocorado em cima do chiqueiro, seus testículos escapavam.

E o galo vendo aquilo dependurado, resolveu dar uma “bicorada”… Seu Ferreira escureceu a vista, deu um uivo de dor e voou de cima do galinheiro, amaldiçoando o galo e o porco, que terminou escapando, sendo encontrado na Curicaca quando o dia amanhecia.

Historinha contada pelo folclorista e escritor cajazeirense Bosco Maciel, membro da Academia Gualhurense de Letras (AGL) e da Academia Cajazeirense de Artes e Letras (Acal).

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