Espedito Sobrinho: rádio, repente e poesia

ESPEDITO ALVES DA SILVA

* Baixio (CE), 1º/04/1939
+ Cajazeiras (PB), 21/12/1981

Espedito Alves da Silva, conhecido popularmente por Espedito Sobrinho, nasceu em Baixio (CE) no dia 1º de Abril de 1939, filho de José Alves da Silva e Francisca Gonçalves da Silva. Veio com os pais e irmãos para Cajazeiras no ano de 1948; neste mesmo ano com apenas nove anos de idade conseguiu trabalhar em uma padaria que ficava entre as ruas Padre Manoel Mariano e Padre José Tomaz, no Centro de Cajazeiras.

Logo depois, em 1958, mudou-se com seus pais para Campina Grande (PB); lá também conseguiu trabalhar numa padaria. No ano de 1962, começou a trabalhar na Rádio Caturité e no ano de 1963 ingressou na Rádio Borborema, onde trabalhou por muitos anos sempre com programas de violas.  

Casou-se pela primeira vez aos 20 anos com uma Maria Celina Leite da Silva e logo depois ficou viúvo. Diante do ocorrido, passou a dedicar-se à viola, uma das suas grandes paixões: tocava e cantava muito bem. 

Aos 23 anos, casou-se com uma jovem de Campina Grande, a Roberta, a quem ele chamava de Betinha. Dessa união tiveram sete filhos, dois em Campina Grande: Roberlita e Rogério. 

 Mudaram-se, então, para Caruaru (PE) onde tiveram três filhos: Roselma, Rosangela e Rosselito, Conseguiu lá mesmo um programa de violeiros na Rádio Cultura do Nordeste e também na Rádio Difusora de Caruaru, onde permaneceu por sete anos. 

No dia 10 de Março de 1968, perdeu um de seus irmãos, Francisco Alves da Silva, mas conhecido como Chico Sobrinho. Diante desse terrível acontecimento, ele fez um poema contando toda a morte do irmão; era tão forte que todos que ouviam choravam, pois relatava tudo que o irmão sofreu.

No ano de 1973, Espedito Sobrinho veio para Cajazeiras (PB) onde nasceram mais dois filhos: Roberto e Espedito Filho. Foi morar na casa do seu irmão, João Alves da Silva, mais conhecido como João do Picolé e sua esposa Maria, conhecida como Pitia, na Rua Duque de Caxias. Dias depois, veio morar na Avenida Francisco Matias Rolim, numa casa cedida por um amigo seu também violeiro, Gerson Carlos de Moraes. 

Em 1971, passou a morar na Rua Januário Coêlho e permaneceu morando lá por três anos. Viajava fazendo cantorias pelos sítios e algumas cidades da região.

Em 1972, foi chamado por Mozart e Jessé Assis, dono e gerente da Difusora Rádio Cajazeiras (DRC), respectivamente, para fazer um teste como locutor onde teve êxito. Ficou lá trabalhando por quatro anos fazendo programas de forró, o famoso “Forró do Varandão”. Nesse tempo, conheceu o candidato a deputado federal Bosco Barreto que o convidou para ficar animando seus comícios, concentrações políticas, leilões… Também nesse tempo, teve que se ausentar por três meses do seu trabalho na DRC; ao retornar, Mozart não lhe aceitou mais. 

Em 1977, começou a trabalhar como locutor na Rádio Alto Piranhas (RAP), localizada na Rua Victor Jurema, a convite de Zeílton Trajano, onde fazia um programa matinal das 4h30 às 6h, chamado “Manhã na Casa Grande”. “Na sombra do Juazeiro” era outro programa que ele fazia das 10h às 11h e das 16h às 18h, “No Terreiro da Fazenda”. Fazia portanto, semanalmente, três programas diários nessa rádio, tendo descanso aos sábados, onde tirava para fazer cantorias nos sítios e nas cidades vizinhas. Aos domingos das 12h às 15h, fazia o programa “Balancei a Paraíba”. 

Em 1978, candidatou-se a vereador pelo MDB e conseguiu aprovação, tendo sido o vereador mais votado da época, onde existiam dois partidos – MDB e ARENA. Nesse mesmo ano, viajou para São Paulo pela primeira vez para gravar um LP, onde com um outro cantador gravou sextilhas, galopes e belos poemas como: Uma Carta à Minha Esposa, Adeus do Filho Querido, entre outros mais. Nesse mesmo LP, convidou o Moacir Laurentino para gravar o poema O Velhinho do Roçado. Todos os poemas do disco são de autoria de Espedito Sobrinho, com exceção de dois: Não Acredito que Você Vai Me Deixar e A Voz do Apaixonado.  

No Ano de 1981, começou a trabalhar no Centro Social Urbano (CSU), localizado na rua Aprígio Nogueira, e também a estudar porque tinha pouca escolaridade e seu sonho era se tornar um grande advogado. Na época, matriculou-se no Supletivo, localizado no Colégio Estadual de Cajazeiras. Estava feliz fazendo provas e sempre conseguindo aprovação em todas; era muito inteligente pela escola da vida.

Nesse mesmo, ano no dia 21 de dezembro, uma segunda feira, às 21h, teve sua vida ceifada num terrível acidente automobilístico, onde o seu veículo Chevrolet Opala chocou-se com um carro tanque e tudo acabou para sempre.     

São de autoria do poeta Espedito Sobrinho:

  • Uma carta à minha esposa;
  • Adeus do filho querido;
  • Homenagem a Rosa Maria
  • Homenagem a Elisangela;
  • A despedida do gado de Manoel Tavares para a Bahia;
  • Homenagem a Papai (José Alves da Silva);
  • Homenagem a meu irmão (Chico Sobrinho);
  • Um Sonho com Agrestina;
  • A morte de Agrestina;
  • Conselho, verdade e vida;
  • O Velhinho do roçado;
  • Canção de aniversário;
  • Homenagem a mamãe (Francisca Gonçalves da Silva)
  • Este mundo que eu vejo no presente, eu não sei quanto tempo vai durar;
  • O vaqueiro nordestino;
  • Visões das coisas da vida;
  • Conversa com marinheiro.
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