Carlos Doido: o fã de João Gonçalves

O irreverente cantor campinense João Gonçalves, autor de inúmeros sucessos de músicas de duplo sentido, veio fazer um show em Cajazeiras, no começo dos anos 1980.

O evento era um comício do candidato a deputado estadual Tarcísio Telino. Praça João Pessoa com uma meia dúzia de três ou quatro gatos pingados, João Gonçalves atacou de “Severina Xique-Xique”, “Boa de Buraco”, “Mate o Veio”, “Burrico da Gabriela”, “Pescaria em Boqueirão”, entre outras.

Alguns estudantes do Colégio Polivalente estavam bem acomodados nos tamboretes do bar Karlos Center, tomando umas e outras. Dentre eles, estava Carlos Doido, filho de Daniel Seresteiro, que assistia atentamente à apresentação.

Quando o artista terminou o show, desceu da carroceria do caminhão estacionado em frente ao Café Asa Branca e dirigiu-se ao seu carro para pegar a estrada. Nesse intante, viu-se o alvoroço de Carlos Doido, que gritou a plenos pulmões:

“João Gonçalves! João Gonçalves!”

O cantor parou, surpreso, e um atarantado Carlos Doido retirou um caderno velho e amassado da sua mochila, entregando-o ao seu ídolo:

“Me dê seu autógrafo!”

Os azilados que faziam ponto em Karlos Center não aguentaram aquela munganga e num ato de molecagem clássica de Cajazeiras, sapecaram uma tremenda vaia pelo acontecido, talvez dando origem à expressão “a vaia comeu no centro”.

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