[1999] Matadouro de Cajazeiras sem estrutura para o abate

Distante três quilômetros do centro da cidade, o Matadouro Público de Cajazeiras não reúne todas as condições básicas para o abate de animais. A obra foi construída sem a estrutura necessária de funcionamento e tem causado uma série de problemas para o abate e para a saúde pública, pois não atende às normas de higiene.

Nem mesmo o processo de terceirização implantado pela atual administração foi capaz de resolver alguns problemas crônicos do Matadouro. A empresa que gerencia o serviços alega que não tem como solucionar questões de estrutura física. O sangue dos animais abatidos, por exemplo, escorre para uma lagoa próxima ao Matadouro, provocando um mal cheiro insuportável em toda a área.

A veterinária Izabelle Gadelha Cartaxo, dos quadros da Secretaria de Saúde do Município, disse ao GAZETA, que está tudo errado. O correto, segundo ela, seria o reaproveitamento do sangue em depósitos, para em seguida, passar por um processo de transformação em ração. Ela também afirmou que há problemas com a fataria, que é colocada no chão, pias adequadas para esse serviço.

Izabelle acha que pouca coisa melhorou com o sistema de terceirização do Matadouro de Cajazeiras. Ela citou que o abate está sendo feito, através do processo semi-aéreo e que os animais não estão sendo mais mortos através de pancadas, e sim, com a utilização de cincho.

Gado de fora – As deficiências do Matadouro local e a escassez de gado na região, têm levado alguns proprietários de frigoríficos de Cajazeiras e comprar carne em outros Estados. O Frigorífico Estrela, por exemplo, um dos maiores da cidade, tem conseguido trazer carne refrigerada de Teresina. São quatro mil quilos por semana, segundo um dos seus proprietários, Oziel da Silva Baião.

Oziel declarou que o Frigorífico Estrela implantou uma câmara para colocar toda a carne refrigerada que recebe de Teresina, proporcionando condições adequadas para a comercialização dos seus produtos. Ele reclamou que a Vigilância Sanitária vem exercendo uma fiscalização muito rigorosa em seu estabelecimento.

Higiene – Sobre as condições de higiene da carne comercializada em Cajazeiras, a coordenadora da Vigilância Sanitária, no município, Paula Assis Cartaxo, assegurou que a fiscalização tem atuado no sentido de evitar riscos para o consumidor. Paula disse que há uma portaria da Vigilância Sanitária, à nível nacional, que deverá ser colocada em prática nos próximos dias, obrigando os açougues e frigoríficos a vender a carne em embalagens de plástico. Isso, segundo ela, vai contribuir para que o produto seja comercializado em melhores condições higiênicas.

A veterinária Izabelle Gadelha Cartaxo, tem outra preocupação. Ela afirmou que a carne refrigerada não pode ser exposta para a venda. Tem que ser guardadas nos balcões da câmara frigorífica para não perder proteínas e ficar sujeita à proliferação de bactérias. Izabelle está alertando os comerciantes e disse que, quem for flagrado desrespeitando os padrões da vigilância sanitária, será punido.

GAZETA DO ALTO PIRANHAS – ANO I – Nº 5 – 31/01 A 06/02/1999

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