A Via Sacra

Quando os Penetras se reuniam, muitas vezes surgiam ideias para grandes presepadas. E uma delas seria andar pelas ruas e bairros da cidade.

No princípio da empreitada, e sem roteiro certo, geralmente os caminhos escolhidos seriam aqueles onde tivesse o maior número possível de bares, os chamados “pega-bêbados”. Assim era iniciada a caminhada.

O interessante disso tudo é que no desenrolar da jornada, quanto mais percorria as ruas, maior número de pessoas acompanhava o grupo. Havia ocasião de se iniciar somente com alguns Penetras para terminar, horas depois, com muita gente.

Para os Penetras e os demais, o ideal seria achar uma rua com muitos bares, tanto de um lado como do outro. Aí, sim, o objetivo da presepada teria sentido e sucesso.

O que ocorria: todos entravam no bar e tomavam uma cachaça com um “tira-gosto”. Podia ser limão, caju, seriguela, umbu, não importava. Saíam e, logo em seguida, já em outro bar, a mesma coisa: um engasga-gato e o tira-gosto. E assim por diante, até o último bar existente naquela rua.

Muita bebida e tira-gostos e muitos bares visitados. Assim a caminhada ficou conhecida na cidade como via sacra

DO LIVRO ‘OS PENETRAS’, DE JOSÉ MIGUEL LEITE JÚNIOR

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