[2003] Cajazeiras Tênis Clube pode ir a leilão em setembro

Uma causa trabalhista pode levar um dos mais tradicionais clubes do interior da Paraíba, o Cajazeiras Tênis Clube, a leilão, no início do próximo mês.

A justiça do trabalho, através do juiz Humberto Halison, da Junta de Conciliação e Julgamento, já marcou até a data do leilão, através de edital publicado em 29 do mês passado: 8 de setembro às 9 horas na sede daquela vara judicial.

O prédio sede do clube foi avaliado em 350 mil reais e, quem se dispuser a arrematá-lo, terá que pagar a vista o preço estipulado pela justiça.

Em não aparecendo interessados nesta data, estão desde já marcados os dias 15 e 22 de setembro para “novos praceamentos”, diz o edital. Nessas duas datas, vencerá o leilão do Tênis Clube quem der o melhor lance sendo que, o vencedor terá que depositar 20% do valor arrematado à vista, e terá 24 horas para depositar o valor restante. Do valor arrematado, 15 mil reais serão para pagamento da questão trabalhista, e o restante será disponibilizado à diretoria do clube, que já não mais terá sede própria.

Em resumo, é isto que está posto na ordem do dia em termos de justiça do trabalho e Cajazeiras Tênis Clube.

Tudo por conta de uma ação judicial movida pelo então garçom Severino Ferreira da Silva, falecido em 2001, demitido sem justa causa em 1996, durante a gestão da presidente Creuza Cartaxo. Além de ter sido demitido sem justa causa, o clube não lhe pagou nenhum direito trabalhista, como 13º salário, horas extras, adicional noturno, FGTS, etc.

Sua advogada, Vanja Alves Sobral, constituída em 1997, diz que a ação reclama apenas os últimos cinco anos dos aproximadamente 30 anos de serviço prestados pelo seu cliente, hoje representado por sua irmã, Rita de Cássia. A advogada diz que foram tentadas algumas conciliações entre as partes, porém sem sucesso. Diante disso, ela se viu impelida a apresentar o imóvel como garantia da execução do pagamento devido a seu cliente.

Presidente reconhece dívida

O atual presidente do Cajazeiras Tênis Clube, Eriberto Maciel, disse a reportagem do Gazeta que reconhece a ação trabalhista, mas afirma que o clube não tem condições de pagar o débito. Segundo ele, apesar de contar com aproximadamente 800 sócios, apenas uns 200 pagam suas contribuições mensais, “o que absolutamente sequer cobre as despesas do clube”, disse ele.

Presidente cumprindo seu segundo mandato administrativo, Eriberto Maciel assegurou, contudo, que de forma alguma deixará o clube ir a leilão. “Pago do meu bolso, o clube ficará me devendo, mas não irá a leilão”, assegurou ele que, aliás, já tem a receber mais ou menos 22 mil reais do clube. 

Nas últimas horas, versões davam conta de um possível acordo que estaria sendo fechado entre as partes litigantes, mas nada foi oficializado até o fechamento desta edição. Segundo a advogada Vanja Alves Sobral, foi feita por parte do clube uma proposta entre 12 e 13 mil reais para pagamento a seu cliente que, entretanto, ainda não deu resposta. Ela avalia, entretanto, que é bem provável que o acordo seja aceito, e o clube seja preservado.

GAZETA DO ALTO PIRANHAS – ED. 244 (15 A 21/08/2003)

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