Atingida já por duas epidemias de dengue em anos anteriores, a cidade de Cajazeiras, no ritmo que vai, poderá vivenciar nova epidemia.
A preocupação foi demonstrada ao Gazeta pelo supervisor do Programa de Estruturação de Vigilância Ambiental (Peva), Marco Túlio.
Segundo ele, embora no geral o índice de infestação na cidade seja de 3.7, considerado sob controle, em algumas áreas específicas da cidade esse índice sobe inaceitavelmente, colocando em risco toda a cidade.
Marco Túlio demonstrou preocupação, principalmente, com quatro bairros de Cajazeiras localizados nas zonas leste, sul e norte. São eles, Vila Nova, Capoeira, São José e Populares.
Para se ter uma idéia da gravidade da infestação de dengue nessas localidades, o supervisor do Peva apresentou números. Por exemplo: segundo ele, no Vila Nova o índice de infestação é de 8.2; no Capoeiras é de 6.3; no São José é de 11.4, e no Populares é de 10.8. Esses índices, disse Marco Túlio, “são índices compatíveis com epidemia de dengue.”
Ele disse que, em virtude desses altos índices, o Peva está itensificando os trabalhos nessas regiões, inclusive com a utilização de fumacê portátil costal.
O perigo é que esses altos índices em regiões localizadas extrapolem para outras áreas da cidade, denotando daí uma epidemia generalizada.
Marco Túlio alertou a população para contribuir com o combate ao mosquito aedes aegipty. “Sozinho o Peva não conseguirá debelar ou controlar a doença; é preciso que a população faça a sua parte, não deixando água parada em recipientes que não estejam bem cobertos.” Caso contrário, avisou, será difícil combater a dengue eficazmente.
Sorotipo 3
A maior preocupação do supervisor do Peva é a possibilidade, bastante forte, de aparecimento da dengue tipo 3, que é a dengue conhecida por hemorrágica. “Como Cajazeiras já teve duas epidemias de dengue sorotipos 1 e 2, é provável que, noutra epidemia, tenhamos introduzido aqui a dengue tipo 3”, revelou.
Até o momento, somente um caso desse tipo de dengue foi registrado na Paraíba, que foi no município de Monteiro, disse ele, alertando, entretanto, para a ocorrência de outros casos de dengue tipo 3 em cidades próximas do Ceará.
GAZETA DO ALTO PIRANHAS – ED. 218 – 2003
