[1999] Praças de Cajazeiras são retrato do abandono e vandalismo

Cajazeiras está feia. O seu aspecto é de tristeza. As praças, antes cartões postais da cidade, estão completamente abandonadas, expostas à ação dos vândalos e servindo para concentração dos animais, que perambulam livremente pelas ruas. Parece até que o poder público municipal resolveu esquecer definitivamente o setor urbanístico, pois não tem nenhum programa de recuperação, preservação e embelezamento dos logradouros.

No centro de Cajazeiras, acontece um fato interessante: a praça Cardeal Arcoverde, localizada em frente ao Palácio do Bispo, teve os seus jardins destruídos, porque a Prefeitura cortou a água, sem nenhuma explicação. Só que em outras praças, a Dom João da Mata, onde fica localizado o prédio da edilidade e a da Matriz Nossa Senhora de Fátima, há poços artesianos, mas o verde também desapareceu. Além disso, os bancos estão quebrados, os parques infantis foram danificados e a escuridão é uma constante, facilitando ainda mais, os atos de vandalismo.

Essa situação de descaso vem se arrastando há dois anos, e tem gerado muitas insatisfações e críticas da população, contra a administração municipal, que não tem conseguido dar nenhuma resposta, no sentido de resolver o problema. A única justificativa dada até agora pelos auxiliares do governo municipal é que não há dinheiro para recuperar e preservar as praças da cidade.

Na comunidade, pouca gente acredita numa ação da administração que possa restaurar esses logradouros. As próprias pessoas da coletividade já começam a se organizar em grupos no sentido de conseguir melhorias para as praças próximas de suas residências. Recentemente, um grupo de mulheres se reuniu e decidiu adotar a praça Padre Cícero, na zona sul da cidade. Através de ajudas financeiras, o grupo já implantou alguns melhoramentos no local.

Na praça da matriz Nossa Senhora, o pároco da Igreja, padre Raimundo Honório, tentou viabilizar uma parceria com a Prefeitura Municipal, mas não foi muito feliz. O religioso desiludido com a ação do Poder Público, resolveu adotar a praça, tomando algumas providências para a restauração dos jardins e da iluminação. Quando precisou da Prefeitura para recuperar o motor que puxa água do poço, o padre não foi atendido e terminou se aborrecendo.

O quadro de destruição não se resume apenas nas praças do centro de Cajazeiras. Algumas avenidas vêm, ultimamente, sofrendo a ação de vândalos, que têm causado enormes prejuízos ao patrimônio público. Essa prática tornou-se corriqueira na cidade e tem se constituído num verdadeiro desafio para o Poder Público Municipal e para as autoridades policiais. Na zona norte, as avenidas José Américo de Almeida e Joca Claudino, apresentam sérios problemas motivados por depredação. Estão com seus bancos e canteiros centrais praticamente destruídos. A população tem exigido ações mais eficazes por parte das autoridades pra coibir tais abusos.

GAZETA DO ALTO PIRANHAS – ANO I – Nº 4 – 24 A 30/01/1999

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