[2002] Juíza do Trabalho determina leilão do Estádio Higino Pires Ferreira

Está marcado para o próximo dia 5 de março, às 9h22, na sede da Vara do Trabalho, no Por do Sol, o leilão do Estádio Higino Pires Ferreira, avaliado inicialmente em R$ 100.000,00 (cem mil reais). A decisão foi da juíza Mirtes Takeko Shimanoe, titular da Vara do Trabalho de Cajazeiras, segundo o processo nº 01.0182/2000, que tem como reclamante o jogador de futebol Alex Sandro Bernardino dos Santos, contra o Atlético Cajazeirense de Desportos. A Justiça também avisa que, não havendo licitantes, ficam designadas as datas 6 e 7 de março e que o arrematante deverá garantir o lance com o sinal de vinte por cento do seu valor.  De acordo com o reclamante, o Atlético está lhe devendo, desde 1997, mais os anos de 1998 e 1999, um valor aproximado de R$ 15.000,00 (quinze mil reais). Sandro explicou ao Gazeta que vários jogadores entraram na Justiça do Trabalho contra o Atlético, mas que a sua causa é a que mais envolve dinheiro e “um monte de trapalhadas”.

O jogador disse que fez um acordo inicial com o presidente do clube, Padre Francivaldo, de forma a parcelar o valor geral, mas que não foi totalmente cumprido. “Se o Atlético quiser acordo, tem que me pagar o restante todo de uma vez, porque, de outro jeito, eu não aceito mais”, desabafou.

Bens em nome do Padre

Segundo a Justiça, os bens penhorados se encontram de posse do presidente do Atlético, o padre Francivaldo do nascimento Albuquerque, e englobam o seguinte: “um estádio denominado de 8 de Maio, medindo 100 metros de frente mais ou menos e os fundos correspondentes, sito na Rua Barão do Rio Branco, nesta cidade, encravada na parte de terra do valor de Cr$ 7.906,86 do lugar Sítio, data de Alagoa de São Francisco, desta Comarca, com os seguintes limites: norte com o terreno pertencente a José Bonifácio Moura, nascente com a casa de Antônio Cartaxo Rolim e terras pertencentes ao mesmo, e ao poente com a estrada que vai para o bairro Belo Horizonte, havido por compra feita ao Dr. Genésio César Cabral e sua esposa, conforme escritura registrada sob nº 4.794, matrícula 9.564, de 23 de fevereiro de 1956, livro 3-O de Registro Geral no Cartório de Imóveis da Comarca de Cajazeiras, fls. 054, avaliado em R$ 100.000,00 (cem mil reais).

O Padre Francivaldo explicou que, quando chegar a Cajazeiras, de João Pessoa, vai entrar novamente em acordo com o jogador. Segundo o padre, “Sandro já recebeu cerca de 50% do primeiro acordo”.

“Vamos contornar essa situação, que já se encaminhou dessa maneira outras vezes. O problema é que o último pagamento atrasou porque parou de entrar dinheiro no time. Nesse acordo com Sandro, dei até meus cheques pessoais para solucionar a situação”, declarou. Segundo Padre Francivaldo, o documento da Justiça “não tem sentido” porque “o Estádio Higino Pires Ferreira é Patrimônio Cultural do município, não pode ser leiloado.”

O advogado do reclamante, José Neto, disse que o direito é de Sandro, o único que, neste caso, poderá homologar um outro acordo com o Atlético e renegociar a dívida, para que a Justiça do Trabalho cancele o leilão. Num dos cartórios da cidade, o Gazeta foi informado, ainda, que, em caso de leilão e não havendo arrematante do bem leiloado, o Higino fica de posse do jogador.

GAZETA DO ALTO PIRANHAS – ANO 4 – ED. 158 (18 A 24/01/20020

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