Energias renováveis avançam na Paraíba

Quem passa pela serra de Santa Luzia é impossível não se impressionar com a grande quantidade de moinhos de ventos ali instalados que mudou radicalmente a paisagem daquela região. Não estou falando dos demoníacos moinhos de ventos enfrentados pelo delirante Dom Quixote e seu fiel escudeiro Sancho Pança no clássico da literatura mundial do escritor espanhol Miguel Cervantes (1547-1616) Dom Quixote de la Mancha e sim das gigantescas torres de aerogeradores impulsionadas pela energia cinética dos ventos que geram a chamada energia eólica, que hoje corresponde a 10,2% da matriz energética brasileira.

Hoje na Paraíba temos 22 parques eólicos em operação na região de Santa Luzia e São Mamede que geram 396 megawatts com a capacidade para atender 800 mil pessoas gerando mais 1500 empregos gerados na construção desses parques.

Na atual escassez hídrica que atravessamos foi a contribuição de 20% energia eólica para o sistema nacional que nos livrou de um possível racionamento de energia e aliviou parte dos caríssimos custos das termoelétricas. 

No Sertão do estado, nos municípios de Coremas, Malta e Condado outra inovação tecnológica na área de geração de energias limpas avança célere na produção de energia fotovoltaica. Já são 05 grandes usinas solares em plena operação e 06 em construção, com um potencial de atender 65 mil residências.

A partir de placas fotovoltaicas que captam os raios solares para a geração de eletricidade, essa tecnologia detém apenas 2% da nossa matriz energética, mas já desponta com um potencial de crescimento gigantesco no Brasil e no Mundo.

A Paraíba por meio de incentivos para a  iniciativa privada abraçou essa nova tecnologia investindo pesado na implantação da primeira fábrica de painéis solares da Paraíba que se tornará a maior da América Latina e na construção do Complexo Solar Santa Luzia, o maior parque solar do país constituído de 28 usinas solares numa área de 2000 hectares nos municípios de Santa Luzia e São Mamede com potencial de geração 1,6 gigawatts para atender 1,6 milhão de residências representando um investimento agregado na ordem de mais de R$ 4 bilhões gerando 5000 empregos diretos e indiretos.

A declaração de Glasgow, na COP26, acelerou o processo de descarbonização do planeta com o Brasil saindo na frente nesse processo, afinal 46% de toda nossa energia produzida vem de fontes renováveis.   

O avanço das energias renováveis não tem recuo. Quis a natureza contemplar a região do Seridó da Paraíba com taxas de radiação solar e corredores de ventos com maiores incidências do planeta que propiciaram esses mega, investimentos que com absoluta certeza já estão revertendo o acentuado estágio de pobreza daquela sofrida região gerando oportunidades de trabalho e renda num virtuoso processo de transformação social irreversível.  

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