Museu do Futebol de Cajazeiras ganha novos itens e vira ponto obrigatório de parada no Sertão

Pouca gente sabe, mas a Paraíba também tem o seu Museu do Futebol. Instalado em Cajazeiras, no sertão paraibano, o local surgiu para abrigar a história do futebol da cidade – dos primeiros chutes, no século passado, aos dias atuais. Mas o projeto do historiador e radialista Reudesman Lopes Ferreira evoluiu – afinal, as boas ideias vão sempre adiante – e hoje é uma referência não só para a região, como para todo o estado.

Tudo começou em 2018, logo depois do lançamento do último livro de Reudesman: A História do Futebol de Cajazeiras. Nos anos que passou pesquisando, o autor foi enfileirando itens preciosos que faria inveja a qualquer colecionador: camisas, livros, documentos e até troféus históricos. Daí para a sugestão foi um pulo: por que não reunir tudo num só lugar?

– A primeira questão era onde expor tudo aquilo. Veio a ideia de uma sala no Casarão da Rua Epifânio Sobreira, que pertence à Prefeitura de Cajazeiras. Era só uma sala. Logo fomos tomando conta do local. E hoje é ali que está o museu – diz Reudesman, sem disfarçar o orgulho.

Professor aposentado, fundador da Academia Cajazeirense de Artes e Letras, além de um dos radialistas mais respeitados do Sertão, Reudesman Lopes Ferreira lembra que a ideia de fundar o Museu veio quase por acaso. Mas que hoje é a grande razão de sua vida.

O Museu do Futebol de Cajazeiras tem a sua história ligada ao Atlético-PB. Clube de maior sucesso no futebol cajazeirense, campeão paraibano de 2002, foi para comemorar os 70 anos de fundação do Trovão Azul que o acervo foi idealizado. E assim foi fundado, no dia 20 de agosto de 2018.

– Nesse ano recebemos a visita de todos os jogadores do Atlético-PB, que foram até o Museu para conhecer um pouco mais da história do clube e do próprio futebol de Cajazeiras – lembra o idealizador do local.

Acervo histórico

Quem passa pelo Museu do Futebol de Cajazeiras não tem como não se surpreender. São itens dos mais variados. O acervo conta com 62 camisas, de times amadores e profissionais da região. Do Pitaguares, o primeiro clube cajazeirense a se ter conhecimento, à coleção completa de uniformes do Atlético-PB e do Paraíba de Cajazeiras.

– Temos aproximadamente 50 documentos históricos que comprovam a história do nosso futebol. O Museu vem sendo muito apreciado pela comunidade local e regional e registro que hoje já temos vários doadores que estão passando algumas peças importantes – revelou Reudesman.

Não é exagero dizer que a ideia de resgatar a história do futebol sertanejo vem ganhando contornos mais audaciosos. A presidente da FPF, Michelle Ramalho, visitou o local e deu uma importante contribuição: a camisa da seleção brasileira feminina autografada por todas as jogadoras que disputaram o Mundial da França, no ano passado.

E as novas adições não vão parar por aí:

– Estamos para receber a camisa da Seleção Brasileira de 1970, de ninguém menos que Pelé. Será doada pelo (radialista) cajazeirense Iata Anderson. E ainda uma do Flamengo, do Zico, devidamente autografada, doada por outro conterrâneo ilustre, o Guilherme Sargentelli – comemora o fundador do Museu.

Trocando o casarão pelo estádio

O que surgiu para caber em uma sala, hoje não cabe mais no velho Casarão. Até porque os planos de Reudesman Lopes Ferreira são ousados. O próximo passo é implantar o Centro de Referência do Futebol de Cajazeiras. Um espaço para estudantes e pesquisadores.

– O Centro será uma biblioteca com obras diversificadas sobre o futebol, outros esportes e a Educação Física. Serão obras locais, regionais, estaduais, nacionais e até internacionais. Ou seja, um centro de pesquisas para os estudantes, leitores e interessados em aprofundar seus conhecimentos nestas áreas.

Com novos projetos em mente, o sonho de Reudesman é levar o Museu do Futebol de Cajazeiras para o Estádio Higino Pires Ferreira, antigo palco dos jogos do Atlético-PB.

Fechado temporariamente

A pandemia causada pelo novo coronavírus também afetou o funcionamento do Museu do Futebol de Cajazeiras. Com o Casarão fechado para visitação, Reudesman aproveita o tempo para ir literalmente colocando o lugar em ordem. Com todo cuidado de quem zela pela história, separa cada item para quando o local for reaberto.

Quando tudo voltar ao normal, o local funcionará das 8h às 11h, e das 13h às 16h. Também podem ser agendadas visitações no fim de semana. A previsão de Reudesman Lopes é que o Museu seja reaberto no fim do mês de maio.

COM INFORMAÇÕES DO GLOBO ESPORTE

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