Filho de relação extraconjugal terá direito a herança milionária de João Claudino

Morto em abril do ano passado, João Claudino Fernandes deixou ricos seus herdeiros diretos, os filhos. O espólio do empresário conta-se em centenas de milhões de reais e, naturalmente, que não se faz uma partilha dessas sem disputas e rusgas – o que de fato ocorre no âmbito da maior e mais bem-sucedida corporação empresarial do Piauí na segunda metade do século XX.

Mas se não bastassem as disputas internas por dinheiro e poder no âmbito do grupo empresarial, eis que surgiu um herdeiro que não constava do roteiro oficial. Um filho fora do casamento foi reconhecido pela Justiça e agora está no rol de herdeiros diretos do empresário João Claudino Fernandes.

Como o caso corre em segredo de Justiça, sabe-se apenas que a pessoa que reivindicou e obteve a paternidade de João Claudino Fernandes é agora um homem rico. Os seus meios-irmãos foram todos judicialmente notificados de que vão partilhar a riqueza do pai com o mais recente herdeiro Claudino.

A notificação aos herdeiros é uma rotina judicial em casos como esse, porque o aparecimento de um novo herdeiro joga por terra o testamento anterior porventura existente, ou anula o processo de sucessão já iniciado.

Quem é?

O homem reconhecido como filho de João Claudino Fernandes seria mais velho que o ex-senador João Vicente Claudino, o primogênito do fundador do Grupo Claudino. Morador da cidade maranhense de Santa Inês, teria sido resultado de uma relação furtiva de empresário com uma mulher que trabalhava em uma das empresas que ele criou.

Muito dinheiro

Em  2010, quando foi candidato a suplente de senador, João Claudino Fernandes declarou à Justiça Eleitoral um patrimônio de R$ 623.564.284,55, relativo não ao ano da eleição, mas ao exercício anterior, pela declaração à Receita Federal. Se considerada uma inflação acumulada de 84,95% entre dezembro de 2009 e dezembro de 2020, o patrimônio de João Claudino Fernandes seria hoje, de R$ 1.153.307.807,84.

Mas quem conhece a contabilidade do grupo Claudino avalia  que cada filho do empresário pode dispor, como parte da herança do pai, de mais de R$ 500 milhões em ativos reais, ou seja, dinheiro vivo.

As rusgas entre os irmãos e mais o surgimento deste novo herdeiro podem arrastar para os tribunais superiores a disputa pela herança do empresário. Há quem aposte que o caso possa chegar até mesmo ao Supremo Tribunal Federal. 

A briga poderá ensejar ainda perda de valor das empresas, porque dificulta, por exemplo, a profissionalização da administração do grupo. O Armazém Paraíba, por exemplo, perde valor de mercado na medida em que não avançou no e-commerce, como fizeram gigantes do varejo.

Nascido em Luís Gomes, no Rio Grande do Norte, João Claudino Fernandes morreu em 24 de abril de 2020, aos 89 anos, em Teresina. Ele foi fundador do Grupo Claudino e da rede de lojas Armazém Paraíba.

COM INFORMAÇÕES DE ARIMATÉIA AZEVEDO, DO PORTAL AZ

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Publicações relacionadas
Total
0
Share