Em julho de 2002, o Trovão Azul erguia pela primeira e única vez — até o momento — a taça de campeão paraibano, após superar crises internas e derrubar gigantes na luta pelo título
O ano de 2022 marca o aniversário de duas décadas de um momento histórico para o torcedor do Atlético-PB. Vinte anos atrás, os atleticanos, provavelmente, até comemoraram o pentacampeonato mundial da seleção brasileira, conquistado no Japão. Mas o que a torcida do Trovão Azul não esquece mesmo é que, naquele já longínquo 2002, o objeto da sua paixão futebolística ergueu pela primeira e única vez — até o momento — a taça de campeão paraibano. Isso em um campeonato com regulamento confuso e repleto de polêmicas. Nesta quinta-feira, dia em que o clube inicia mais uma caminhada no estadual, tentando repetir o feito de duas décadas atrás, o ge Paraíba decidiu relembrar a saga atleticana que o torcedor não consegue esquecer.
Foi no dia 28 de julho de 2002 que o Atlético de Cajazeiras conquistou um inédito título estadual sem sequer precisar entrar em campo para o jogo decisivo. A vitória por WO sobre o Campinense garantiu a histórica taça ao Trovão Azul. A conquista, no entanto, é até hoje contestada pelo Botafogo-PB, uma vez que, de acordo com o Belo, o goleiro Alonso, da equipe atleticana, havia jogado o campeonato inteiro sem contrato, logo, de forma irregular, o que abriu precedentes para a disputa ir parar na Justiça.
O Atlético-PB daquele ano vinha de um péssimo momento interno, pautado por crises financeiras e administrativas que culminaram na renúncia do então presidente do clube, o padre Francivaldo do Nascimento Albuquerque. De acordo com relato do professor e historiador cajazeirense, Reudesman Lopes, o Trovão Azul à época era um clube praticamente abandonado, que não tinha sequer uma diretoria para guiar os rumos da agremiação. Quem assumiria as rédeas da diretoria executiva atleticana? O treinador da equipe, Tassiano Gadelha.
— Naquele momento, o Atlético-PB era um time quase abandonado. Não existia uma diretoria realmente dita. Por isso, o clube foi abraçado por um grupo de apaixonados e abnegados atleticanos. Eu tomei a iniciativa de ir até essas pessoas para, sem alarde, ajudar no processo. Os grandes arquitetos foram Tassiano Gadelha e Eduardo Silvestre. Além deles dois, eu destaco Wellington, que era capitão do time. Ele nos ajudava demais. Recordo que ele era quem recebia o material que eu ia conseguindo e ele guardava embaixo da cama — afirmou Reudesman.
20 anos depois
Duas décadas mais tarde, o Atlético de Cajazeiras vive um momento muito semelhante ao de 2002. Em novembro do ano passado, o então presidente do clube, Eduardo Jorge, renunciou ao cargo, assumido à época pelo seu vice Renê Matias. Renê, por sua vez, foi destituído da presidência pelo Conselho Deliberativo atleticano, que convocou novas eleições, a partir das quais o atual presidente, Paulo Albuquerque, de 33 anos, chegou ao poder.
Em entrevista concedida à assessoria de imprensa do Trovão Azul no decorrer desta semana, Paulo Albuquerque ressaltou as dificuldades encontradas pelo Atlético-PB, mas afirmou que a meta é repetir o feito de 2002 e buscar conquistar o bicampeonato estadual nesta temporada.
— Os desafios foram muitos. Foram muitos problemas enfrentados, muitas dívidas, mas aos poucos vamos superando os problemas e vamos colhendo frutos. Esperamos fazer uma boa estreia e nossa expectativa em torno desse Paraibano é a melhor possível. Desejamos fazer uma ótima primeira fase, buscarmos a classificação e seguirmos vivos na luta por esse bicampeonato neste ano tão marcante para nosso clube — afirmou.
O Atlético de Cajazeiras estreará na edição 2022 do Campeonato Paraibano nesta quinta-feira, no Estádio Perpetão, quando enfrentará o Botafogo-PB, justamente a equipe com quem travou ferrenhas batalhas nos tribunais para defender o título de campeão paraibano da histórica temporada 2002.
COM INFORMAÇÕES DO GLOBO ESPORTE
